A Boeing não recebeu nenhuma nova encomenda de jatos em abril, na esteira das polêmicas envolvendo a suspensão de operações do modelo 737 Max após dois desastres aéreos em menos de cinco meses. Os últimos pedidos da maior fabricante de aviões dos Estados Unidos foram 20 unidades de 787 para a Lufthansa e 18 777X pela British Airways, em março.

Apesar das precauções de uso se restringirem ao 737 Max, nenhum outro modelo da companhia foi encomendado no último mês. Para analistas ouvidos pela CNN, os clientes recuaram a espera de resoluções aos problemas enfrentados pela Boeing e se a companhia baixará os preços nos próximos meses.

“Pode ser um preço mais baixo para pedidos futuros, ou alguma outra mudança nesses pedidos. Pode haver coisas acontecendo nos bastidores que pode essencialmente mudar as coisas”, disse Philip Baggaley, o principal analista de crédito do setor de transportes da Standard & Poor’s.

A suspensão do 737 Max trouxe prejuízos milionários para companhias aéreas em todo o mundo. No último mês, somente a American Airlines, Southwest Airlines e a europeia Norwegian reportaram um prejuízo somado de US$ 600 milhões. A American Airlines, maior empresa aérea dos EUA, estima um rombo de US$ 350 milhões até o fim deste ano. Os executivos aguardam algum tipo de reparação por parte da fabricante.

Apesar de a queda estar diretamente relacionada aos desastres na Indonésia e Etiópia, a redução no pedido de novos jatos já era esperada para 2019 após a grande demanda de companhias aéreas nos últimos anos

“A Boeing teve um primeiro trimestre horrível em termos de encomendas [antes do acidente etíope] e venceu a Airbus”, disse Richard Aboulafia, analista aeroespacial do Teal Group.