As duas gigantes do setor aeronáutico mundial, Airbus e Boeing, que agora competem no mercado de aviões de média distância, irão se enfrentar novamente a partir desta segunda-feira no salão de Le Bourget, que começa sob fortes medidas de segurança.

A 52ª edição do salão será inaugurada oficialmente pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que também se reunirá com o astronauta Thomas Pesquet, que acaba de voltar da Estação Espacial Internacional (ISS).

O evento é celebrado alternadamente um ano na França e o outro em Farnborough (Grã-Bretanha) e é o mais importante do mundo do setor.

“Considerando a sensibilidade do evento, com várias personalidades e muito público, vamos reforçar a defesa terra-ar, os medis de detecção e de intervenção, incluindo minidrones”, disse o chefe do Estado Maior da Aeronáutica, o general André Lanata.

Um total de 700 pessoas se encarregarão de proteger o espaço aéreo de Le Bourget, perto de Paris, onde acontecerão exibições de voo, em uma zona de tráfego aéreo já muito denso pela proximidade dos aeroportos de Roissy e Orly.

Entre esta segunda-feira e o dia 25 de junho se espera a visita de mais de 350.000 pessoas, entre elas 150.000 profissionais, e a presença de 2.370 expositores.

As jornadas profissionais serão celebradas de segunda a quinta-feira, e o público em geral poderá conferir o salão a partir de sexta-feira para admirar exibições aéreas e novas aeronaves, como o A321neo e o A350-1000 da Airbus, os Boeing 787-10 “Dreamliner” e 737 Max 9 e o Antonov 132 D.

Também poderão ser vistas demonstrações de aviões militares como o F-35A, uma aeronave de combate das forças aéreas americanas fabricado pelo Lockheed Martin, ou pelo francês Rafale, da Dassault Aviation.

No entanto, neste ano não se esperam grandes anúncios de pedidos, como nos anos anteriores, advertiu o diretor comercial da Airbus, John Leahy, “tanto para os pedidos de Airbus como para o conjunto da indústria”.

Há dois anos foram anunciadas durante o salão encomendas no valor de 130 bilhões de dólares, principalmente da europeia Airbus e da americana Boeing, as duas principais fabricante do mundo.

Apesar da falta de anúncios, o mercado está em forma e as fabricantes têm pedidos para os próximos oito a dez anos.

A Airbus publicou recentemente suas previsões para o mercado aeronáutico e avalia em 35.000 o número de aeronaves que o mercado precisa até 2036, por um valor total de 5,3 trilhões de dólares.

A Boeing publicará nessa terça-feira suas previsões, mas Kevin McAllister, presidente da filial de aviação civil, já adiantou neste domingo que aposta em uma demanda de 41.000 aeronaves nos próximos 20 anos.

Para satisfazer a demanda e melhorar sua produtividade, várias companhias, sobretudo as fornecedoras de material e de motores, estão acelerando o desenvolvimento da tecnologia digital e vão expor alguns de seus avanços durante o salão.

Na ausência de novos modelos, toda a atenção será concentrada na Boeing, que prevê apresentar uma nova versão de seu avião de média distância, o 737 MAX 10, o concorrente direto do bem sucedido A321neo da Airbus.