A Boeing, sob pressão da pandemia e da crise do 737 MAX, anunciou nesta quarta-feira (28) que cortará mais 7.000 empregos até 2022, elevando o número de empregados para 130.000; 30.000 a menos que no início do ano.

O grupo, que não prevê nova redução na produção de aeronaves, viu o seu volume de negócios cair 29% e registou perdas de 449 milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano.

A empresa anunciou no segundo trimestre, logo após o início da expansão em grande escala da covid-19, uma corte de 10% no seu quadro de funcionários, cerca de 19.000 empregos. Ao mesmo tempo, cerca de 3.000 pessoas foram contratadas para sua divisão de defesa.

O CEO Dave Calhoun alertou em julho que novos cortes eram esperados.

Calhoun destacou em uma carta aos funcionários nesta quarta-feira que ele deseja priorizar demissões voluntárias e aposentadorias antecipadas “para limitar o impacto sobre os funcionários e a empresa”.

“A pandemia global continua pressionando nossos negócios neste trimestre e estamos nos alinhando a essa nova realidade, gerenciando rigidamente nosso fluxo de caixa e transformando nossos negócios para serem mais nítidos, resilientes e sustentáveis no longo prazo”, detalhou na declaração de resultados.

Como o tráfego aéreo continua a ser afetado pela pandemia e as companhias aéreas multiplicam os cancelamentos de pedidos de compra, a Boeing entregou apenas 28 aeronaves durante o trimestre, fazendo com que a receita da divisão de aviação comercial caísse 55%, para 3,6 bilhões de dólares.

A Boeing continua aguardando autorização das autoridades para voltar a utilizar sua principal, o 737 MAX, que está em solo desde março de 2019, após dois acidentes que deixaram 346 mortos.

A divisão dedicada à defesa, espaço e segurança, por sua vez, reduziu sua receita em 2%, para 6,8 bilhões de dólares.

As vendas de serviços ao cliente, como manutenção de aeronaves, caíram 21%, a US$ 3,7 bilhões.