Era para ser uma grande festa da Boeing, que apresentaria ao público pela primeira vez sua nova linha de aviões grandes que substituiria o clássico 747 Jumbo. Porém no mesmo dia do evento – 13 de março – mais de 50 agências reguladoras ao redor do planeta baniram o 737 MAX 8 após seu segundo acidente em menos de seis meses.

Por conta disso, a Boeing cancelou encontros com a imprensa, e o lançamento do 777x foi restrito em evento somente para funcionários. Foi apresentado o primeiro protótipo pronto do avião, um 777-9, que será o mais longo do mundo com 76,8 metros de comprimento. Serão feitas duas variações do modelo: o 777-8, que custará US$ 410,2 milhões e capacidade para 375 pessoas, enquanto o 777-9 será vendido por US$ 442,2 milhões e poderá transportar 425 passageiros.

A novo modelo não só substituirá o 747 Jumbo, que com seu “calombo” na parte frontal foi um símbolo de aviões comerciais gigantes, mas também o 777 original. Ele terá  autonomia maior que o A380, maior avião comercial do mundo da rival Airbus – seu concorrente direto que sofreu com problemas de venda nos últimos meses e foi descontinuado pela empresa.

Detalhe da ponta da asa dobrada

O grande problema do A380 foi seu consumo de combustível, com companhias aéreas buscando cada vez mais aeronaves cost-effective, o que não acontecia com o modelo e suas quatro turbinas. O 777x resolve essa questão tendo grande autonomia mesmo com duas turbinas. “O grande avião do futuro para a indústria da aviação será o 777-9”, declarou Randy Tinseth, vice-presidente da Boeing. “A economia de um avião de dois corredores, duas turbinas será maior do que de modelos que usam quatro motores. É a realidade do mercado”.

Por conta de seu tamanho, as pontas das asas do 777 dobram, garantindo maior eficiência aerodinâmica no ar, além de caber em espaços menores nos aeroportos. A Boeing começou a aceitar pedidos pela aeronave em maio de 2013, e atualmente tem demanda de 350 777x. O primeiro a ser entregue será para a Emirates, esperado para ficar voar em 2020.