O presidente da Boeing anunciou nesta quinta-feira (2) a implementação de um plano de partidas voluntárias que permitirá à gigante aeronáutica enfrentar o impacto da pandemia de coronavírus e preservar o essencial para se preparar para a recuperação.

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“Estamos tomando medidas, incluindo este plano de saída voluntária, com base em nosso conhecimento até o momento. Essas medidas nos levarão à recuperação, desde que não enfrentemos outros desafios”, escreveu Dave Calhoun a todos os funcionários do grupo.

O setor aeronáutico está entre as primeiras vítimas econômicas da pandemia. Antes mesmo da COVID-19, a Boeing já enfrentava uma crise, devido a seu modelo 737 MAX, que precisou ser aterrado após dois acidentes que mataram 346 pessoas.

“Estamos fazendo todo o possível para proteger o futuro da nossa atividade”, assegura Calhoun, enfatizando que a empresa continua a atender seus clientes, seja no campo da aviação civil, da defesa, ou do espaço.

Ele ressaltou, porém, que é essencial “manter a estabilidade da cadeia para estar pronto para recomeçar quando a pandemia terminar”.

“Acima de tudo, isso significa que devemos fazer tudo o que pudermos para manter nossa equipe intacta. Não podemos voltar ao normal após a crise, se não tivermos as pessoas e o know-how”, acrescentou.

A Boeing não deu detalhes sobre o tamanho de seu plano de saída voluntária, mas disse que os funcionários que optarem por deixar a companhia poderão se beneficiar da cobertura de saúde por um período de tempo. Trata-se de um aspecto muito importante nos Estados Unidos, onde não há cobertura universal de saúde.

A gigante de Seattle e sua cadeia de fornecedores representam um total de 2,5 milhões de empregos nos EUA, segundo a Boeing. A companhia emprega mais de 150.000 pessoas no mundo todo, incluindo 70.000 somente no estado de Washington, no noroeste dos Estados Unidos.