O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o seu primeiro apoio a um projeto-piloto de Internet das Coisas. A iniciativa visa testar sensores para auxiliar no monitoramento de oferta de oxigênio a pacientes com enfisema pulmonar. 

O termo “Internet das Coisas” (IdC, ou IoT na sigla em inglês) vem sendo adotado nos últimos anos para designar um ecossistema em que não apenas pessoas estão conectadas por meio de seus computadores e smartphones, mas também dispositivos estão interligados entre si, com usuários e com sistemas complexos de coleta, processamento de dados e aplicações de diversos tipos. 

O apoio do BNDES é resultado de uma chamada para financiamento de projetos piloto voltados a fomentar essa tecnologia. A iniciativa escolhida foi proposta pelo centro de pesquisa CESAR, com sede em Recife, Pernambuco, em parceria com a Startup Salvus. O investimento total deve chegar a R$ 2 milhões, sendo R$ 1 milhão aportado a fundo perdido. 

O projeto pretende testar durante 16 meses a quantidade de oxigênio ministrada a pacientes de enfisema pulmonar. Segundo dados do Sistema Único de Saúde, a doença gera 8,6 mil mortes por ano e 118 mil internações. Participarão da avaliação pessoas internadas em hospitais ou em cuidados domiciliares. 

Com a inserção dos sensores, os dados sobre o volume de oxigênio serão transmitidos a uma base de dados. Profissionais de saúde poderão monitorar a situação dos pacientes, verificando se há falta ou superdosagem de gás. Para os pacientes em cuidado domiciliar, a tecnologia também vai informar a necessidade de troca dos cilindros de oxigênio. 

Após o teste, os pesquisadores devem fazer uma avaliação da eficácia do sistema, das possibilidades de fabricação e da viabilidade econômica de um eventual lançamento do produto no mercado. Segundo o BNDES, os pesquisadores cogitam também outras aplicações, como no controle de outros gases ou fluidos. 

Projetos

Outras propostas recebidas pelo BNDES estão em análise. Entre elas projetos de monitoramento de insumos hospitalares, soluções para digitalização de processos em unidades de saúde, otimização do uso de máquinas agrícolas, gestão de pragas agrícolas, otimização do gasto de energia e uso de câmeras e visão computacional para segurança pública.