A tecnologia usada para sustentar as transações de Bitcoin está ganhando cada vez mais novos usos no mercado. Chamada de Blockchain, ela é uma cadeia descentralizada de dados que dispensa o uso de intermediários e permite que informações publicadas na internet trafeguem com segurança e permaneçam inalteráveis para sempre.

“Não existe um órgão regulador ou uma figura central de segurança”, diz Gabriel Aleixo, fundador da A Star Labs, empresa que atua com a implementação da tecnologia. “Ninguém tem mais privilégio do que ninguém.”

O Blockchain permite, portanto, que não se possa alterar digitalmente o saldo de uma carteira digital que armazena bitcoins, já que todos os computadores estão interligados com aquela máquina seriam alertados sobre uma possível fraude.

Nos últimos quatro anos, o setor financeiro investiu US$ 1,4 bilhão em pesquisas sobre a tecnologia, segundo o Fórum Econômico Mundial. Bancos como Goldman Sachs, Santander, UBS, Itaú e Bradesco estão testando o uso dessa ferramenta.

A ideia é acabar com o uso de intermediários e, assim, reduzir o custo das operações. Se isso acontecer, os bancos não teriam mais a necessidade de certificar as transações feitas de um usuário para outro usando o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPE).

Lá fora, o Citi e o JP Morgan, estão, em parceria com a IBM, estudando uma forma de substituir o sistema atual, chamado de SWIFT, pelo Blockchain. O problema encontrado por essas instituições é que a tecnologia ainda não dá conta de processar um grande número de operações por vez. Os testes, por enquanto, têm sido feitos em escalas pequenas.

Um consórcio de 80 instituições financeiras ao redor do mundo, que inclui Bradesco, Itaú e B3, criou a R3, uma empresa de tecnologia que trabalha em soluções para permitir que bancos possam usufruir dessas cadeias de blocos. Se der certo, teremos um futuro com operações bancárias mais rápidas, baratas e seguras.