O ano de 2021 consolidou a penetração das criptomoedas entre o grande público, tendo o Bitcoin como maior expoente do imenso grupo de moedas digitais. Volátil e convivendo com a especulação em tempo real na internet, as criptomoedas testaram os nervos dos investidores que comemoravam as intensas altas em um dia e acumulavam perdas gigantescas no dia seguinte.

No início do ano o BTC subiu 120% e chegou a ficar perto dos US$ 64 mil em 13 de abril, batendo recordes até então inimagináveis para a moeda. Menos de duas semanas depois, despencou para US$ 49 mil (veja o gráfico abaixo).

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Em meados de julho o Bitcoin ficou abaixo dos US$ 29 mil e retornou ao mesmo patamar registrado em janeiro, quando engatou uma sequência de máximas históricas. Em novembro, a moeda voltou a bater recorde e chegou a US$ 67 mil, seu maior valor até aqui.

Variação do Bitcoin em 2021
Variação do Bitcoin em 2021 (Crédito:Reprodução/TradingView)

Pesou negativamente contra a cripto mais famosa do mundo a pesada regulação do governo chinês contra o sistema de mineração da moeda. A China é um dos países que mais concentram servidores de mineração no mundo. Entusiasta das moedas digitais, Elon Musk, dono da Tesla, também brincou de especulador número 1 e flertou com Bitcoin e Dogecoin em diversas ocasiões. A cada novo tuíte, uma das duas moedas subia ou perdia valor no instante seguinte.

Por outro lado, a Tesla passou a aceitar o Bitcoin como uma das formas de pagamento dos carros elétricos e El Salvador se tornou o primeiro país no mundo a adotar o BTC como moeda. Além disso, bancos ao redor do mundo passaram a abraçar a criptomoeda e deram um pouco mais de solidez ao mercado digital.

A Coinbase, Exchange listada na Nasdaq, bateu recorde com um IPO de US$ 86 bilhões em abril e se tornou a maior empresa de criptomoedas do mundo.

O crescimento dos ‘memecoins’ e das NFTs

Os chamados Memecoins – outra faceta desse mercado agitado principalmente nas mídias sociais – também marcaram o ano das criptomoedas. Ativos com cachorros estampando a marca principal, ou qualquer outro meme de internet, romperam a bolha de seriedade clássica que movimentou sempre Wall Street e os mercados tradicionais ao redor do mundo.

Segundo a Reuters, o Dogecoin, lançado em 2013 como uma espécie de espelho do bitcoin, disparou mais de 12.000% até maio e caiu 80% até dezembro. O movimentou mostrou que investir em moedas que brincam com os gostos de usuários online nem sempre é tão arriscado quanto se pensava poucos anos atrás.

O surgimento dos Tokens não fungíveis (NFT) também permitiu às criptomoedas voos mais firmes, já que é possível comprar terrenos, artigos especiais, bonecos e o que quer que seja em jogos e ambientes virtuais usando as criptomoedas.

Em março, uma obra de arte digital do artista Beeple foi vendida por quase US$ 70 milhões em um leilão promovido pela Christie’s. De acordo a Reuters, essa foi uma das três peças mais caras leiloadas por uma artista vivo.

No terceiro trimestre as vendas com NFTs movimentaram US$ 10,7 bilhões e subiram 8 vezes na relação com os três meses anteriores.