A fortuna dos bilionários cresceu durante a pandemia da covid-19, passando de US$ 10 trilhões, graças ao aumento das Bolsas e apesar do golpe sofrido pela economia mundial.

Segundo estudo do banco suíço UBS e da agência de auditoria e assessoria PWC, a fortuna acumulada dos bilionários atingiu mais de US$ 10,2 trilhões, um novo recorde desde 2017, ano em que as fortunas dos mais ricos chegou a US$ 8,9 trilhões.

Apesar do terremoto causado pela quebra do mercado de ações em março, que viu grandes fortunas abandonarem este seleto clube, a fortuna dos bilionários se recuperou rapidamente, graças aos gigantes da tecnologia e da saúde.

Segundo os autores do relatório, que todo o ano analisam a evolução da riqueza dos megarricos no estudo intitulado “Relatório dos bilionários”, esse círculo privilegiado contava com 2.189 membros no final de julho, 31 a mais do que em 2017.

“Tanto para os bilionários quanto para a economia como um todo, 2020 será um ano importante”, avaliam os autores do estudo, destacando que “o vendaval da covid-19 acelerou a divergência” entre os milionários emergentes nos setores de tecnologia , saúde e indústria e as fortunas mais tradicionais.

Em março, a crise de saúde desencadeou uma quebra brutal do mercado de ações, após temores sobre o crescimento econômico e o risco de falências em cadeia de pequenas e médias empresas, bem como a queda da demanda e aumento do desemprego.

O vendaval atingiu a fortuna dos bilionários, que caiu 6,6% em algumas semanas de fevereiro e março, segundo os autores do estudo, embora essas perdas tenham sido rapidamente recuperadas. Entre abril e fim de julho, aumentou 27,5%, em com a recuperação das Bolsas.

– Saúde e tecnologia –

Esses números escondem, porém, movimentos importantes dentro do grupo de grandes fortunas.

Na Ásia-Pacífico, a região com o maior número de novos bilionários na última década, o valor acumulado de sua fortuna caiu 2,1% entre o fechamento de contas em 2019 e o início de abril, chegando a algo em torno de US$ 2,4 trilhões.

Pelo menos 124 pessoas deixaram essa lista, embora a fortuna de 136 pessoas tenha aumentado para ingressar no clube dos megarricos.

“As fortunas estão-se polarizando”, apontam os autores do estudo.

Os maiores beneficiários são empresários que estão revolucionando os setores de tecnologia, saúde e equipamentos médicos, como o bilionário sul-africano Elon Musk, ou a chinesa Zhong Huijuan.

Esta ex-professora de Química tem uma fortuna estimada em cerca de US$ 20,4 bilhões, de acordo com a revista Forbes, acumulados depois da entrada de sua empresa, Hansoh Pharmaceutical, na Bolsa no ano passado.

Desde 2018, a fortuna dos bilionários do setor de tecnologia aumentou para em torno de US$ 1,8 trilhão, 42,5% a mais, de acordo com este estudo.

A dos bilionários da área da saúde aumentou 50,3%, com valor acumulado estimado em US$ 658,6 bilhões.

Já as fortunas daqueles que estão no “lado ruim das tendências econômicas, tecnológicas, sociais e ambientais” encolheram. Comparativamente, o patrimônio líquido dos bilionários em setores como entretenimento, serviços financeiros, ou imobiliário, cresceu, no máximo, “apenas” 10%.