O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinará nesta segunda-feira(25) uma ordem executiva priorizando empresas e produtos americanos em contratos com o governo federal, um incentivo ao lema “Made in America”, já defendido por seu antecessor Donald Trump.

Este texto, explicaram funcionários da Casa Branca, visa relançar a produção nacional e preservar empregos, aumentando “o investimento em indústrias manufatureiras e trabalhadores”.

Menos de uma semana após sua posse, Biden já deixou claras suas prioridades sob as ordens executivas, apesar de seu gabinete não estar 100% composto, com cargos como secretário de Estado ainda a serem confirmados.

A nova ordem executiva reduz a possibilidade de descumprimento de regras existentes que exigem que as autoridades federais priorizem a compra de produtos fabricados nos Estados Unidos.

Biden quer limitar as brechas que algumas agências federais usam para comprar produtos feitos nos Estados Unidos de empresas que geralmente fabricam apenas uma pequena parte dos produtos vendidos ao governo em solo americano.

– Evitar una guerra comercial –

A decisão de Biden segue o caminho traçado por seus antecessores, especialmente Trump.

O ex-presidente já havia assinado uma ordem executiva instando o governo federal a comprar mais produtos feitos nos Estados Unidos.

Também aprovou grandes pacotes tarifários contra as importações.

Mas, em vez de uma guerra comercial com outros países, Biden está focado em endurecer as regras para a “compra de produtos americanos”, graças ao poder econômico do governo federal.

“Os dólares gastos pelo governo federal são uma ferramenta poderosa para apoiar os trabalhadores e fabricantes americanos. Só as compras públicas respondem por quase 600 bilhões de dólares de gastos federais”, disse um funcionário do governo.

O American Products Purchase Act de 1933, ainda em vigor, exige que as agências federais priorizem a compra de bens produzidos em solo americano, mas “essas preferências nem sempre foram implementadas de forma consistente ou efetiva”, segundo o governo.

O texto altera a definição do que é considerado um produto feito nos Estados Unidos e reduz as possibilidades de isenções.

O governo também quer que as startups, inclusive as pequenas, tenham acesso a licitações.

– Fortalecimento da rede de abastecimento –

Biden prometeu durante sua campanha presidencial fortalecer a ideia de comprar mais produtos locais com um plano de 400 bilhões de dólares para projetos que utilizem produtos fabricados nos Estados Unidos, como aço ou equipamentos de proteção para trabalhadores de saúde que lutam contra a covid-19.

Após a eleição, o presidente disse que o governo federal compraria carros americanos e outros produtos.

No entanto, as empresas já alertaram que regulamentações excessivamente restritivas podem aumentar os custos, dificultando a compra de peças produzidas fora dos Estados Unidos.

A ordem executiva também deve ser vista como parte do “compromisso do presidente em investir na indústria americana, incluindo energia limpa e redes de suprimentos básicos”, disse um funcionário.

Biden “continua empenhado em trabalhar com parceiros e aliados para modernizar as regras do comércio internacional … para garantir que todos os países possam usar os dólares dos contribuintes para estimular o investimento em seus próprios países”, disse um funcionário.