O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (24) um acordo com um grupo de senadores republicanos e democratas sobre um plano de investimento maciço em infraestrutura, após meses de negociações entre a Casa Branca e o Congresso.

“Chegamos a um acordo. Um grupo de senadores, cinco democratas e cinco republicanos, uniu-se e elaborou um acordo de infraestrutura que criará milhões de empregos americanos”, comemorou Biden no Twitter.

O plano se apoia em mais de 1,2 trilhão de dólares de investimentos em oito anos (973 bilhões nos primeiros cinco), informou a Casa Branca. Um total de 312 bilhões são para transportes, incluindo estradas e aeroportos, e 266 bilhões, para outro tipo de infraestrutura, como os serviços de água potável e internet de banda larga.

Embora represente um grande avanço, o acordo não marca o fim das discussões. “Não tenho nenhuma garantia” de conseguir os votos para aprovar esse projeto no Senado, reconheceu Biden, mas sem perder o otimismo. “Nenhum dos dois partidos obteve o que queria”, destacou, assinalando que esse é o preço do consenso.

Dois líderes da maioria democrata no Congresso disseram nesta quinta-feira que o plano deve avançar com o desenvolvimento de outro projeto de lei importante, que incluiria outras prioridades para o governo de Joe Biden.

Biden havia proposto no final de março investir cerca de 2 trilhões de dólares em infraestruturas ao longo de oito anos, a fim de criar “milhões de empregos” nos Estados Unidos e permanecer como a maior economia mundial à frente da China, mas também para lutar contra as mudanças climáticas.

Após meses de discussões, as negociações avançam em duas vias paralelas. Por um lado, com o plano de infraestrutura “tradicional” – pontes, rodovias e aeroportos – e, por outro, seguirá as prioridades de Biden que os democratas chamaram de infraestruturas “humanas”.

– Acordo sobre financiamento –

O principal acordo entre republicanos e democratas se refere ao financiamento desse amplo projeto de infraestrutura. Os republicanos se opunham com veemência ao aumento de impostos corporativos proposto por Biden, enquanto a Casa Branca rejeitava novos impostos sobre lares com renda anual menor do que 400 mil dólares.

No fim, o plano conta com um reforço das inspeções fiscais para “reduzir” a evasão e redirecionar fundos desbloqueados em 2020 com o objetivo de lutar contra a pandemia, mas que não foram usados, entre outras medidas.

Para o presidente democrata, que prometeu reconciliar os americanos, o acordo mostra que “a democracia americana funciona e pode gerar resultados”.

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi (democrata), indicou hoje, no entanto, que não haverá votação sobre um texto de consenso entre republicanos e democratas “a menos” que o Senado aprove também um projeto de lei que inclui outras prioridades do governismo, como a ajuda aos idosos, cuidado de crianças e luta contra as mudanças climáticas.