O candidato democrata à presidência americana, Joe Biden, comparou nesta segunda-feira as condições nas processadoras de carne nos Estados Unidos a “zonas de guerra”, em um fórum onde parentes de trabalhadores infectados pelo novo coronavírus, a maioria latinos, expuseram seus medos frente à pandemia.

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O político democrata avivou o debate em torno desta indústria, tema que explodiu na semana passada, depois que o presidente americano assinou um decreto obrigando a manter as fábricas abertas.

“São, basicamente, zonas de guerra”, disse Biden no fórum virtual organizado pela Liga de Cidadãos Latinos Americanos (Lulac), em que o senador democrata defendeu que o acesso à saúde esteja à disposição destes trabalhadores, não importando seu status migratório, já que muitas delas empregam pessoas sem documentos.

Biden, 77, é praticamente o candidato do Partido Democrata para disputar as eleições de novembro, mas seu nome ainda tem que ser ratificado na Convenção Nacional do partido, adiada para agosto devido à pandemia.

O ex-vice-presidente americano indicou que os lares de idosos e as unidades de processamento de carne “são os locais mais perigosos atualmente”.

Durante o fórum, a participante Veronica Guevara contou que, quando adoeceu sua mãe, que trabalha nesta indústria, sequer ficou surpresa. “Fiquei assustada durante todo o tempo. Agora, meus avós também têm o vírus”, contou.

A avó de Veronica recebeu alta, mas o avô permanece na UTI, conectado a um respirador artificial.

Biden assinalou no debate que 52% dos trabalhadores da “primeira linha” das processadoras de carne são latinos e 25%, negros, e 45% do total vivem abaixo da linha de pobreza.