Por Steve Holland

WASHINGTON (Reuters) – O presidente norte-americano, Joe Biden, assinou um decreto nesta sexta-feira determinando que todas as agências federais trabalhem por “justiça ambiental para todos” e melhorem as vidas das comunidades mais atingidas pela poluição tóxica e pelas mudanças climáticas.

O decreto estabelecerá o Gabinete de Justiça Ambiental dentro da Casa Branca para coordenar os esforços em todo o governo e exige que agências federais notifiquem as comunidades se substâncias tóxicas forem emitidas de uma instalação federal.

Desastres como o descarrilhamento de um trem em East Palestine, Ohio, em fevereiro, que causou um perigoso derramamento de substâncias químicas, chamou atenção ao dano ambiental que algumas comunidades sofrem em taxas mais altas.

“Isso é sobre a saúde das pessoas. É sobre a saúde das nossas comunidades. É apenas sobre o futuro do nosso planeta”, disse Biden a ativistas, parlamentares e outras pessoas durante a assinatura do decreto no Jardim das Rosas da Casa Branca.

O presidente democrata, que pode anunciar formalmente sua candidatura à reeleição já na próxima terça-feira, disse que o decreto aprofundará o trabalho para reverter anos de políticas que ferem comunidades negras e de outras minorias.

Ele criticou tentativas republicanas de revogar disposições climáticas na Lei de Redução de Inflação, uma medida que, segundo ele, prejudicaria o trabalho para reduzir poluição e avançar energia limpa, em vez de acabar com 30 bilhões de dólares em subsídios para a indústria do petróleo.

“Há tempo demais, comunidades ao redor do nosso país têm sofrido com a persistente injustiça ambiental por meio de poluição tóxica, sub-investimento em infraestrutura e serviços críticos e outros danos ambientais desproporcionais, muitas vezes originários de um legado de discriminação racional”, disse a Casa Branca, em um comunicado.

O presidente está usando sua autoridade executiva em áreas nas quais sua habilidade de aprovar novas leis em um Congresso dividido tem sido bloqueada.

Cathleen Kelly, membro sênior do Centro para o Progresso Americano, disse que o decreto ajudaria a responsabilizar o governo federal pelo impacto de suas políticas em comunidades de baixa renda, negras, pardas e indígenas, que estão sob ameaça.

“Essas comunidades passam por condições de vida desiguais ligadas ao desinvestimento crônico e ao racismo sistêmico que aumenta a vulnerabilidade às mudanças climáticas”, disse, em comunicado.

A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, fez uma visita a Miami nesta sexta-feira para anunciar um investimento de 562 milhões de dólares para ajudar comunidades a serem mais resistentes às mudanças climáticas.

A viagem de Kamala acontece no momento em que o sul da Flórida sofre com escassez de gasolina, após uma enchente semana passada atrapalhar as entregas e levar algumas pessoas em pânico a estocar combustível.

(Reportagem de Steve Holland e Trevor Hunnicutt, reportagem de Andrea Shalal e Doina Chiacu)

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