A expectativa de recessão nos Estados Unidos em 2023 e 2024 e a crise financeira terá como reflexo a queda do PIB da América Latina e no Caribe de 1,5% neste ano e de 0,5% no próximo, estima o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em relatório, a instituição indica que o crescimento da região só voltaria a crescer em 2025, na casa dos 2%. “Este é o cenário mais estressado, em que consideramos os choques financeiros, que incluem a situação de bancos dos EUA e Europa”, explica Eric Parrado, economista-chefe do BID.

O cenário base, porém, indica crescimento de 1% em 2023, 1,9% em 2024 e 2,6% em 2025. Esta projeção supõe que os Estados Unidos evitarão uma recessão em 2023 e que haverá uma tendência global de queda da inflação. Comparando com o cenário pessimista, as perdas anuais com os choques econômicos combinados seria, portanto, de 1,7 ponto porcentual ao ano para a região.

Parrado pondera que a situação atual dos bancos é muito diferente da vista na crise de 2008. “Falamos agora de crise de confiança de alguns bancos. Atualmente o nível de solvência dos bancos faz parte da solução e não do problema”, disse após o lançamento do relatório “Preparar o crescimento econômico para um crescimento renovado”, no Panamá.

O BID reforça que os países devem manter ou endurecer sua posição de política monetária para assegurar que a inflação retorne às suas metas até 2024. A taxa anual média de inflação na América Latina e Caribe alcançou 9,6% em julho de 2022, a mais alta desde a crise financeira mundial há 15 anos.

A publicação também recomenda planos de políticas fiscais para melhorar a eficiência dos gastos e da arrecadação tributária, melhorar as instituições fiscais e administrar adequadamente a dívida.