O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou nesta segunda-feira avaliar que as medidas extraordinárias da instituição, como o programa de compra de ativos e taxas de juro negativas, foram “efetivas” e garantiu que ela pode “providenciar ainda mais afrouxamento” se for necessário para cumprir o seu mandato.

Em discurso preparado para uma conferência no Banco da Finlândia, em Helsinque, o irlandês reconheceu, contudo, ser “claro” que taxas de juro abaixo de zero “podem ter efeitos colaterais negativos”. “O conselho (do BCE) continuará avaliando o caso por medidas de mitigação (desses impactos), que é especialmente relevante se novos cortes de juros forem vislumbrados”, apontou.

Sobre a orientação futura (“guidance“), Lane ressaltou que “deve ser integralmente entendido” que uma mudança no componente de data – em que se promete atualmente manter as taxas de juros nos níveis atuais “até ao menos o fim do primeiro semestre de 2020” – não pretende “ratificar visões dos mercados”.

Por fim, o economista-chefe do BCE reiterou que, se houver justificativa, as compras líquidas de ativos, neutralizadas em dezembro do ano passado, poderiam ser reiniciadas no futuro.