ROMA (Reuters) – O Banco Central Europeu (BCE) precisa evitar elevar demais as taxas de juros reais dado o nível de dívida pública e privada na zona do euro, disse neste sábado o membro do Conselho de Administração do BCE e presidente do banco central da Itália, Ignazio Visco.

Visco acrescentou que não acredita que uma recessão seja inevitável para reduzir a inflação.

O BCE tem elevado as taxas de juros em 3 pontos percentuais desde julho e prometeu um aumento de 50 pontos-base para março.

“Hoje, a desinflação é obviamente necessária, mas dados os níveis de dívida pública e privada que prevalecem na zona do euro, temos de ter cuidado para evitar um aumento desnecessário e excessivo das taxas de juros reais”, disse Visco no Warwick Economics Summit.

“Na verdade, estou convencido de que a credibilidade de nossas ações é preservada não por flexionar nossos músculos diante da inflação, mas por mostrar continuamente sabedoria e equilíbrio.”

O BCE tem mantido suas opções em aberto sobre as etapas subsequentes após março, levantando dúvidas entre os investidores sobre a extensão dos aumentos futuros.

Investidores e economistas têm estimado um pico entre 3,25% e 3,5% na taxa de depósito, o que sugere apenas um ou dois movimentos após a alta de março e um fim em meados do ano.

Quando perguntado até onde os juros poderiam subir, Visco respondeu: “Não sabemos”.

(Reportagem de Giselda Vagnoni)

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