O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) disse nesta terça-feira que ainda é necessário um significativo estímulo à política monetária na zona do euro para apoiar o aumento das pressões inflacionárias e a evolução da inflação a médio prazo.

Segundo ele, o principal desafio à normalização dos instrumentos de política monetária é “preservar a acomodação monetária e, ao mesmo tempo, reduzir as compras líquidas de ativos para encaminhar orientações sobre as taxas de juros como o principal instrumento para orientar nossa postura de política monetária”, disse o economista-chefe, acrescentando que enquanto esta rotação prosseguir, “continuaremos a operar com múltiplos instrumentos complementares, incluindo nossa política de reinvestir o principal pagamento de títulos comprados”.

Praet destacou que após mais de cinco anos de expansão econômica cada vez mais ampla na zona do euro, os acontecimentos recentes apontam para algum abrandamento do ritmo de crescimento econômico.

Os dados preliminares mostram que o PIB real da zona do euro aumentou 1,7% no terceiro trimestre de 2018, face a 2,2% no segundo trimestre. “O abrandamento do crescimento econômico desde o início do ano reflete principalmente uma perda de dinamismo na atividade global, em meio a uma maior incerteza política e a condições financeiras mais apertadas”.

Contudo, o economista apontou que a procura interna da zona do euro manteve-se resiliente, afirmando que os indicadores de sentimento, apesar do abrandamento, permanecem em território expansionista e ainda estão acima das médias de longo prazo para a maioria dos setores e países. Além disso, “a demanda interna continua a ser apoiada por condições favoráveis de financiamento, um mercado de trabalho robusto e crescimento estável da renda e do lucro”, apontou.