Vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos afirmou nesta segunda-feira que a instituição está atenta para saber se avanços temporários da inflação podem dar lugar a efeitos posteriores “que poderiam se traduzir em um acontecimento mais permanente”. Durante discurso na Cúpula Financeira Europeia, ele lembrou que o BCE revisou em alta recentemente sua projeção para a inflação, mas continua a esperar que ela “continue dentro de nossa meta no médio prazo”.

Guindos disse que a inflação anual subiu, mas atribuiu o movimento em sua maioria a fatores temporários, “incluindo um forte aumento nos preços de energia”.

Agora, o BCE espera que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) fique em média em 1,9% em 2021, com um pico de 2,6% no quarto trimestre deste ano, antes de retornar a 1,5% em 2022 e a 1,4% em 2023, lembrou ele nesta segunda-feira. A meta do BCE é de quase 2%.

“Nós esperamos, portanto, que a inflação no médio prazo siga em nossa meta. De qualquer modo, estamos atentos às informações que saem para saber se a alta temporária na inflação dá lugar a efeitos secundários que poderiam se traduzir em um acontecimento mais permanente”, afirmou Guindos.

Ainda segundo ele, a perspectiva econômica da zona do euro está melhorando, conforme a vacinação contra a covid-19 avança na região.

O vice do BCE também tratou, em seu discurso, dos bancos da zona do euro. Segundo ele, essas instituições no geral “suportaram bem” o choque da pandemia.

De qualquer modo, Guindos disse que os bancos mantêm “importantes riscos” e desafios estruturais de longo prazo para elevar sua lucratividade de modo sustentável.