O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse hoje que a instituição fez avanços “substanciais” no sentido de impulsionar os preços, mas ressaltou que ainda são necessários amplos estímulos monetários para que sua meta de inflação seja atingida de forma estável.

Segundo Draghi, que falou durante coletiva de imprensa que se seguiu à decisão de política monetária anunciada mais cedo pelo BCE, a inflação subjacente da zona do euro deverá avançar gradualmente no médio prazo. O BCE revisou hoje sua projeção de inflação ao consumidor deste ano, de 1,4% para 1,7%. Sua meta é de taxa ligeiramente inferior a 2%.

Draghi reiterou que o BCE está disposto a fazer ajustes em sua política, se necessário, para que consiga cumprir sua meta de inflação.

Draghi também comentou sobre a desaceleração da economia da zona do euro no primeiro trimestre, mas ressaltou que dados recentes ainda indicam crescimento do bloco este ano, ainda que tenham vindo mais fracos. Em sua revisão de projeções, o BCE cortou sua estimativa para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2018, de 2,4% para 2,1%.

Ainda de acordo com Draghi, os riscos à perspectiva de expansão da zona do euro continuam amplamente equilibrados, mas fatores globais ficaram “mais proeminentes”, em especial a ameaça de maior protecionismo.

“Além disso, o risco de persistente volatilidade maior nos mercados financeiros requer monitoramento”, destacou o comandante do BCE.

Nesta manhã, antes da coletiva com Draghi, o BCE anunciou a manutenção de suas taxas de juros, mas afirmou que irá estender seu programa de relaxamento quantitativo (QE, pela sigla em inglês) por mais um trimestre, até o fim do ano.

Por meio do QE, o BCE planeja comprar 30 bilhões de euros em ativos mensalmente até setembro. A partir de outubro, as compras mensais deverão cair para 15 bilhões de euros, a depender de futuros indicadores econômicos da zona do euro. Com informações da Dow Jones Newswires.