FRANKFURT (Reuters) – O Banco Central Europeu aumentará a fiscalização da maneira como os bancos gerenciam o risco de crédito e diversificam o financiamento, disse o BCE nesta segunda-feira, ao delinear as prioridades para 2023 conforme a zona do euro caminha para uma possível recessão e enfrenta custos crescentes de empréstimos.

O bloco monetário de 19 países enfrenta o impacto duplo de uma inflação altíssima e uma forte desaceleração econômica, em grande parte consequência da guerra da Rússia na Ucrânia, que forçou o BCE a apertar as condições de financiamento, mesmo exacerbando os problemas econômicos.

O BCE, que supervisiona mais de 100 grandes bancos na Europa, disse que agora examinará mais de perto os credores expostos aos setores mais vulneráveis, incluindo energia, e também observará as hipotecas residenciais e imóveis comerciais. 

“Juros mais altos e uma perspectiva de crescimento lento ou possivelmente recessivo podem desafiar a capacidade de serviço da dívida dos tomadores daqui para frente”, afirmou o BCE em comunicado.

Uma recente revisão da supervisão também confirmou deficiências nos controles de risco dos bancos, principalmente no monitoramento de empréstimos, na classificação de tomadores de empréstimos em dificuldades e no provisionamento, disse o BCE.

“Isso torna os bancos vulneráveis a uma correção acentuada em alguns mercados imobiliários, especialmente no segmento imobiliário residencial, dada a dinâmica de preços observada nos últimos anos”, disse o BCE.

(Reportagem de Balazs Koranyi)

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