O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central está reunido para definir a nova taxa básica de juros do País, a Selic, que hoje está em 3,5% ao ano. A estimativa do mercado financeiro é que a nova taxa, que será definida nesta quarta-feira (16), terá alta de 0,75 ponto percentual chegando a 4,25% ao ano.

O aumento da Selic é a opção usada pela autoridade monetária para tentar frear a alta da inflação. Para Pedro Paulo Silveira, Gestor da Nova Futura Investimentos, uma parte do mercado chegou a apostar no aumento de 1% ao invés de 0,75, contudo, o Banco Central praticamente definiu a taxa de juros desta quarta na reunião passada.

+ Mercado financeiro aumenta previsão para a Selic

“Na minha opinião, não existe espaço para ele mudar o que vai fazer amanhã, porque já tinha definido isso no comunicado passado. Na última reunião, o Copom disse que ia fazer um ajuste com a mesma magnitude. Desta forma, podem colocar 0,75 e falar que vão abandonar o processo de normalização parcial, o que já seria o suficiente para deixar o mercado em estado de alerta. Então, eles provavelmente não vão subir tanto amanhã, mas subirão no futuro”, disse.

Para o diretor de Investimentos do Paraná Banco, André Malucelli, o BC precisa dar continuidade ao ajuste da política monetária. “A Selic deve ficar, no mínimo, no mesmo nível da inflação. O mercado já precifica esse movimento; portanto, qualquer coisa diferente seria prejudicial ao processo de ancoragem de expectativas. Além disso, haverá mais altas na Selic ao longo do ano, a qual deve encerrar 2021 próxima de 6,0%”.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, também espera uma elevação de 0,75 pontos da Selic, mas para ele, a alteração mais relevante que é  a remoção do trecho sobre a redução parcial dos estímulos.

“Esperamos que seja algo no sentido de redução total dos estímulos e não apenas parcial, mirando algo abaixo do juro neutro, uma vez que as expectativas de inflação de 2022 já superaram o alvo da meta. A meta única para o Banco Central brasileiro e eles têm que mostrar austeridade para o cumprimento de tal meta”, avalia Sanchez.

“Com relação a economia brasileira, os dados estão positivos, já que ela vem apresentando uma aceleração no crescimento. Estamos avançando na vacinação com a consequente reabertura mais forte da economia e com a diminuição gradativa das medidas de restrições. Por outro lado, temos uma preocupação muito grande com a inflação, que nos últimos 12 meses, foi de 8,06%. O Banco Central está preocupado com isso, tem sinalizado muito que o foco é a inflação e que não quer uma deterioração de suas expectativas para 2021 e 2022”, afirma Rossano Oltramari, sócio e estrategista da 051 Capital,