O Comitê de Política Monetária (Copom) explicou que a decisão de aumentar a taxa básica de juros nesta quarta-feira, 15, em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano, reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância “ainda maior do que a usual” para a inflação prospectiva. O colegiado ressaltou que a magnitude escolhida é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, escreveu a cúpula da instituição em comunicado que se seguiu à decisão.

Novamente, o Copom apontou dois riscos de alta para a inflação e as expectativas e dois pontos de baixa. Entre os que pressionam os preços estão uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e políticas fiscais que impliquem sustentação da demanda agregada, que estão apenas parcialmente incorporadas nas expectativas de inflação e nos preços de ativos.

Já entre as possibilidades de baixa, o colegiado ressaltou uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local. Também citou a possibilidade de ocorrer uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada. “Avaliou-se que as medidas tributárias em tramitação reduzem sensivelmente a inflação no ano corrente, embora elevem, em menor magnitude, a inflação no horizonte relevante de política monetária”, enfatizou o colegiado, acrescentando que avalia que a conjuntura particularmente incerta e volátil requer “serenidade na avaliação dos riscos”.