XANGAI (Reuters) – O banco central da China manteve a taxa de juros de médio prazo inalterada pelo quarto mês consecutivo nesta segunda-feira, como esperado, mas os mercados ainda esperam medidas de afrouxamento monetária para sustentar a economia.

O Banco do Povo da China informou que vai manter em 2,85% a taxa sobre empréstimos de médio prazo de um ano (MLF) de algumas instituições financeiras, no valor equivalente de 100 bilhões de iuanes (14,7 bilhões de dólares) compensando a mesma quantia de tais empréstimos com vencimento no mesmo dia.

Apesar disso, os mercados ainda esperam alguma flexibilização monetária e medidas de estímulo para impulsionar a economia doméstica em desaceleração, que tem sido prejudicada pelos lockdowns contra a Covid-19. Os últimos dados oficiais também mostraram que a produção industrial contraiu em abril e ficou bem abaixo das expectativas do mercado.

O movimento de liquidez de segunda-feira foi projetado para “manter a liquidez do sistema bancário razoavelmente ampla”, disse o banco central em um comunicado online.

Trinta e um de 39 operadores e analistas, ou quase 80% de todos os participantes de uma pesquisa da Reuters, previam que não haveria nenhuma mudança na taxa MLF, observando que um iuan enfraquecido e o aumento nos preços ao consumidor estavam dando ao banco central menos espaço para a flexibilização da política monetária.

O iuan perdeu mais de 6% em relação ao dólar nas últimas quatro semanas, a queda mais acentuada em décadas.

Uma flexibilização monetária agressiva na China, como a redução da taxa de compulsório e dos juros básicos, deixaria ainda mais afastada sua postura política de monetária daquela de outras grandes economias, que deram início a um aperto monetário.

Ainda assim, alguns bancos de investimento, incluindo o UBS, esperam que a taxa primária referencial de empréstimo (LPR) possa ser reduzida na fixação mensal de sexta-feira, já que um corte no compulsório dos bancos em abril e do teto da taxa de depósito reduziu o custo dos passivos dos credores.

(Reportagem de Winni Zhou e Andrew Galbraith)

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