O Banco Central da República da Argentina (BCRA) decidiu nesta terça-feira, por unanimidade, que a taxa de Letras de Liquidez (Leliq) em operações de sete dias passará a ser a nova taxa de política monetária e resolveu fixar os juros em 40%, no mesmo nível visto nas últimas reuniões do banco central argentino desde o início de maio. “Dessa forma, as decisões da autoridade monetária se concentrarão em um instrumento cuja influência operacional estará aumentando em um contexto de redução gradual do estoque de Lebaqs.

Em comunicado da decisão, o BCRA lembra que, em junho, a inflação acelerou mais que o previsto e alcançou um ritmo de 29,5% na comparação anual. “Essa aceleração da inflação obedeceu, principalmente, o impacto transitório da depreciação do peso em maio e em junho. Assim mesmo, os indicadores de alta frequência mostram uma desaceleração da inflação em julho, embora em nível menor do que o previsto na última decisão de política monetária”, disse o banco central argentino.

Em relação à atividade econômica do país, a autoridade monetária acredita em uma normalização tanto da produção agrícola quanto dos mercados financeiros, o que contribuirá gradualmente para uma recuperação. “Não obstante, a evidência recente sugere que a recuperação na atividade pode tardar alguns meses. Em consequência, estimamos que, em 2018, a economia se mantenha em níveis similares ao ano anterior”, afirmou o BCRA. O comitê de política monetária do banco central também promete seguir monitorando o comportamento da inflação nos próximos meses e afirmou que pode “introduzir ações corretivas caso sejam necessárias para que as metas sejam alcançadas”.

As Leliqs são um instrumento oferecido desde janeiro e têm o objetivo do banco central de ter mais influência na liquidez bancária. Elas são parecidas com as Lebaqs, mas têm um prazo mais curto e são exclusivas para bancos, enquanto as Lebaqs podem ser adquiridas por instituições financeiras, pessoas físicas e pessoas jurídicas de qualquer atividade.