O Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a ênfase no primeiro trimestre de 2024 como horizonte relevante, ainda que se tenham dúvidas se a desoneração tributária sobre os combustíveis, apontada como motivo original da adoção desse horizonte, será revertida em 2023. No primeiro trimestre de 2024, a projeção do comitê para a inflação acumulada em 12 meses continuou em 3,5%.

No comunicado que acompanhou a decisão de manutenção da taxa Selic em 13,75%, o Copom repetiu que o horizonte de seis trimestres à frente (primeiro trimestre de 2024) “reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora os seus impactos secundários”.

“O Comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”, reafirmou.

Originalmente, a política de zeragem dos impostos federais sobre os combustíveis estava prevista para durar até o fim deste ano, o que geraria um efeito de queda na inflação de 2022 e aumento em 2023. Mas a proposta orçamentária do ano que vem foi enviada com recursos para manutenção dessa política.

Diante desse cenário, o BC incluiu a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023 como um risco de baixa à inflação no balanço de riscos.