Se há qualquer dúvida que o cenário de investimentos mudou ao longo do ano passado, dois números da BB DTVM, empresa de gestão de recursos ligada ao Banco do Brasil, anulam a incerteza. No fim de 2019, quando ainda não se ouvia falar em pandemia, a empresa – líder do mercado brasileiro, com R$ 1,16 trilhão em recursos administrados – tinha 2,28 milhões de cotistas. No fim de 2020, esse número havia subido para 3,7 milhões. “O ano passado foi um período difícil, mas conseguimos aumentar nossa participação no mercado e também na gestão de fundos de renda fixa, que é uma das nossas especialidades”, disse o gerente-executivo de fundos de Renda Fixa e Cambiais da BB DTVM, Flávio Mattos Gonçalves de Almeida. Por esse motivo, a empresa foi premiada como Melhor Banco para Investir na categoria Fundos de Renda Fixa.

Almeida avalia que o cenário não foi fácil. “Foi o ano mais difícil para a renda fixa desde 2002”, afirmou. Segundo o executivo, houve uma deterioração grande dos ativos de crédito privado. Os investidores temiam a quebra de empresas, especialmente as menores, o que ampliou a volatilidade do mercado, e os fundos de renda fixa foram prejudicados por conta disso.

Para lidar com o novo cenário, a BB DTVM teve de fazer um esforço grande de conscientização dos clientes e de consultoria financeira, sempre por meio da rede de agências do Banco do Brasil. As principais recomendações foram ampliar o horizonte de investimento e reforçar as estratégias de proteção contra os riscos de mercado. “Outro pilar que reforçamos foi o da diversificação”, disse Almeida. Apesar do peso e da preferência da freguesia pela renda fixa, a orientação foi para destinar parte dos recursos para outras categorias de fundos, em busca de um retorno maior.

Isso ajudou os clientes na transição, que teve dois lados. Houve um direcionamento significativo para fundos de curto prazo e mais conservadores, que funcionaram apenas como proteção contra a turbulência. E a parcela restante foi destinada a ativos mais arriscados. Almeida disse acreditar que a diversificação veio para ficar. “Há 1,5 milhão de novos investidores na Bolsa, e aqueles que optaram por ativos mais arriscados por meio de fundos são em quantidade maior ainda”, disse ele. Por isso, a empresa ampliou seu portfólio de fundos para atender a um número maior de investidores. Por exemplo, foram lançados fundos de ações temáticos.

Mesmo a esperada alta dos juros não deve alterar isso. Ainda que a taxa referencial Selic volte para um patamar de 6% ao ano e eleve a rentabilidade da renda fixa, isso não fará o investidor deixar de alocar recursos em outros ativos. “Os mais conservadores vão poder aumentar o percentual na renda fixa, mas não vão abandonar a diversificação das carteiras”, disse ele.