O grupo agroquímico alemão Bayer anunciou nesta quarta-feira (8) a retirada de sua oferta de US$ 1,25 bilhão para enfrentar futuros litígios sobre o glifosato nos Estados Unidos, após críticas expressas por um tribunal.

A Bayer concordou em “retirar o pedido de consentimento prévio” que lhe permita evitar “possíveis julgamentos no futuro” por casos de câncer supostamente ligados ao uso do glifosato, disse o grupo em um comunicado.

O grupo anunciou no final de junho um acordo envolvendo entre dez e onze bilhões de dólares para solucionar cem mil processos somente nos Estados Unidos, em particular relacionados ao Round’Up, herbicida à base de glifosato que é comercializado por sua subsidiária, Monsanto.

O inconveniente: um juiz californiano manifestou na terça-feira relutância sobre a validade deste acordo.

A proposta do grupo de criar um comitê científico independente, que decidiria no lugar de juízes e jurados em futuros julgamentos, não é bem-vinda e não prosperaria.

Com sua decisão, a Bayer deseja permitir que as partes envolvidas “resolvam os problemas recentes manifestados pelo tribunal”, afirmou em seu comunicado.

A empresa “continua firmemente comprometida com uma solução que resolva de uma vez as disputas legais atuais e contenha uma solução viável para resolver possíveis processos futuros”, acrescentou.

Após a compra de sua rival Monsanto em 2018 por US$ 63 bilhões (quase 55,6 bilhões de euros), o grupo alemão enfrentou milhares de processos em todo o mundo vinculados a supostos riscos de câncer devido ao uso de herbicidas da Monsanto, como o Roundup.

Na Bolsa, a ação da Bayer caiu nesta quarta-feira em 0,63%, a 63,35 euros, após uma forte queda no dia anterior, de 5%.