O grupo farmacêutico alemão Bayer perdeu nesta segunda-feira (20) o recurso contra o primeiro veredito em um caso envolvendo o herbicida RoundUp, acusado de causar um câncer em um jardineiro, embora o tribunal tenha reduzido o valor da indenização ao requerente.

Um jurado em 2018 decidiu que a Monsanto, subsidiária da Bayer, atuou com “má vontade” ao ocultar o caráter potencialmente cancerígeno do glifosato contido em seus produtos e que os herbicidas contribuíram “consideravelmente” para o surgimento do linfoma terminal de Dewayne “Lee” Johnson, um jardineiro de 48 anos.

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A Bayer foi condenada a pagar 250 milhões de dólares em indenização a Lee, um valor que acabou reduzido para 78,5 milhões.

“Embora tenhamos chegado à conclusão de que uma redução dos danos concedidos é apropriada, não revogamos a sentença”, declarou o painel composto por três juízes, ratificando a responsabilidade da Monsanto no caso.

“Em nossa opinião, Johnson apresentou abundantes -e certamente substanciais- provas de que o glifosato, junto com outros ingredientes dos produtos Round’Up, causou seu câncer”.

A Bayer declarou nesta segunda-feira que poderá apelar da decisão na Corte Suprema da Califórnia, segundo o jornal Wall Street Journal.

O grupo anunciou no final de junho um acordo envolvendo entre dez e onze bilhões de dólares para solucionar cem mil processos somente nos Estados Unidos, em particular relacionados ao RoundUp, que provocaram nervosismo entre os acionistas.