O Batalhão Escolar da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) é responsável pela segurança externa de colégios públicos e privados da região. Em 1989, eram 914 policiais para 529 estabelecimentos de ensino. Em 2018, foram 304 policiais para 1.250 escolas públicas e particulares.

“É humanamente impossível a gente dar conta da violência escolar. Pensando nisso foi que buscamos ajudar a  comunidade de outra forma”, apontando as escolas cívico-militares como a solução”, disse a capitão da PMDF Cristiane Caldeira.

A capitão é uma das responsáveis pela implantação do modelo de gestão cívico-militar em escolas do DF. O modelo prevê que militares atuem na administração escolar e na disciplina de estudantes. Os professores serão responsáveis pela parte pedagógica.

Os dados foram divulgados aos professores do Centro Educacional 308 do Recanto das Emas há seis dias. As informações fazem parte de uma série de slides que sustentam a defesa da implantação de escolas cívico-militares no DF.

Os slides reúnem dados sobre as legislações que apoiam a medida, o Batalhão Escolar e, por fim, informações sobre o modelo de ensino compartilhado entre as secretarias de Educação e de Segurança Pública.  

Policiais da reserva

Muitos dos policiais que trabalharão, a partir de hoje (11), nas quatro escolas do DF escolhidas para o projeto-piloto de gestão compartilhada entre militares e civis fazem parte do Batalhão Escolar. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal também cederá pessoal.

Em nota, a PMDF diz que o Batalhão Escolar tem recebido reforço no efetivo, inclusive para a implementação do projeto. “Mesmo com o aumento populacional desde 1989 até 2018, a produtividade da PMDF só aumenta. Prova disso são as constantes reduções dos índices criminais. Além disso, dois concursos estão em andamento para a contratação de mais de 2 mil policiais”.

Investimentos

O diretor jurídico do Sindicato dos Professores no Distrito Federal, Dimas Rocha, afirmou que a solução para a segurança escolar do DF deve ser a ampliação de investimentos. Ele se disse contrário à gestão compartilhada entre as secretarias.

 “Sempre cobramos a melhoria, a contratação e o aumento do efetivo da PM no Batalhão Escolar, isso é parceria. Essa contribuição da polícia, achamos importante. Somos contra o modelo de gestão compartilhada nas escolas com militares”, disse Rocha. “A gestão escolar deve ser feita por gestores, professores e servidores.”

Para a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do Comitê DF da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Catarina de Almeida Santos, o ideal é aumentar a segurança externa dos colégios. “A função [da polícia] é outra: manter a sociedade segura a ponto de a escola estar segura para se desenvolver”, afirmou.