O blog “Descomplicando a Economia” abre espaço para falar um pouco de política. Na noite desta segunda-feira 22, estivemos na sede do Grupo Bandeirantes, em São Paulo, para acompanhar o primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Confira os bastidores e as curiosidades do evento.

Ausência de Erundina: Como o PSOL não possui ao menos dez deputados federais, conforme determina a nova legislação eleitoral, a candidata Luiza Erundina, que já foi prefeita de São Paulo, foi impedida de participar do debate. Do lado de fora da emissora, sob garoa e muito frio, dezenas de correligionários protestaram com bandeiras e carro de som. “O povo avisa: prefeita é Luiza!” era o principal grito de guerra.

Chegada dos candidatos: O primeiro a entrar na emissora foi o candidato Major Olímpio (SD), seguido por Fernando Haddad (PT), Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB). Líder nas pesquisas, Celso Russomano (PRB), cuja presença era dúvida devido a sua solidariedade a Erundina, foi o último a chegar, faltando menos de uma hora para o início do debate. Todos os candidatos concederam entrevistas e foram para salas VIPs, onde afinaram com seus assessores as estratégias para o embate político. “Perfumada a Marta, hein?”, comentou um fotógrafo. “E o Doria é o único sem gravata”, arrematou um cinegrafista.

Cardápio para os convidados: barraquinhas foram montadas em frente do estúdio principal da Band para atender assessores, políticos e jornalistas. Em versões “míni”, havia cachorro quente, hambúrguer, pão de queijo, pizza e sanduíche de carne louca (desfiada). Para beber, refrigerante e água. “Estranho não ter nem coxinha nem mortadela”, brincou um assessor, se referindo aos apelidos de tucanos e petistas, respectivamente.

Suplicy perdido: Dois minutos antes de começar o debate, o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que está apoiando Haddad (e não a sua ex-esposa Marta), procurava desesperadamente uma poltrona na plateia. Como pegou o corredor errado, só viu assentos reservados ao PSDB e ao PMDB. “Onde está o Chalita?”, perguntou, se referindo a Gabriel Chalita (PDT), candidato a vice na chapa de Haddad. “Está lá do outro lado”, respondeu Rodrigo Garcia (DEM), secretário da Habitação do governo de São Paulo, apontando para a ala reservada ao PT.

Na cadeira do PMDB?: o deputado estadual Delegado Olim (PP), que apóia o tucano João Doria, não conseguiu um assento na ala reservada ao PSDB. Orientado por uma produtora da Band a sentar-se numa poltrona reservada à equipe de Marta Suplicy, brincou: “No PMDB, não!”. 

Banquetas no estúdio: a produção do debate colocou banquetas atrás dos púlpitos para os candidatos descansarem enquanto seus adversários respondiam as perguntas. O tucano João Doria e o petista Fernando Haddad foram os únicos que as utilizaram durante as quase duas horas de confronto.

Reação de Alckmin: padrinho político do tucano Doria, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, chegou ao estúdio minutos antes do início do debate. Sentou-se na primeira fileira ao lado do seu vice, Márcio França (PSB). Questionado sobre o desempenho de Doria, Alckmin afirmou: “bom, bom, bom!”

Perguntas de eleitores: a novidade deste debate da Band foi a participação de cinco moradores de São Paulo, que fizeram perguntas aos candidatos. Para dar agilidade ao programa, a produção da Band trocava os eleitores no púlpito durante as repostas. Na prática, portanto, os candidatos respondiam a pergunta de um eleitor olhando para o rosto do próximo da fila.

Risada na plateia: o momento de maior algazarra na plateia foi quando a ex-prefeita Marta afirmou: “nunca mais vou criar taxa nenhuma”. Até mesmos os seus correligionários do PMDB não conseguiram conter a gargalhada.