Na cidade onde a Operação Lava Jato explodiu e pegou doleiros, empresários e políticos, inclusive o ex-presidente Lula, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) teve uma vitória expressiva nas eleições 2018. O deputado superou com muita folga seu oponente, Fernando Haddad (PT), por 76,54% dos votos (786.377) contra 23,46% (241.015).

Em todo o País, Bolsonaro, com 96,27% das urnas apuradas, conquistou 55,42% dos votos. Haddad, 44,56%. O deputado, capitão reformado do Exército, é o terceiro oficial da Força a obter assim o cargo, pela via do voto popular. Antes dele, Hermes da Fonseca (1910) e Eurico Gaspar Dutra (1945) haviam sido eleitos diretamente.

A Lava Jato deflagrou sua primeira fase ostensiva em março de 2014. A investigação, perante a Justiça Federal de Curitiba, mirou, inicialmente, quatro organizações criminosas lideradas por doleiros. Depois, a investigação apontou um incrível esquema de corrupção e cartel de empreiteiras na Petrobrás, maior estatal do país, além de desvios em contratos vultosos, como o da construção da usina nuclear Angra 3.

Até 15 de outubro, a Lava Jato tinha contabilizado 215 condenações contra 140 investigados – 2.036 anos, 4 meses e 20 dias de pena – por crimes contra o sistema financeiro internacional, corrupção, tráfico trasnacional de drogas, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Um dos condenados é o ex-presidente Lula, padrinho político de Haddad. O petista foi sentenciado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá. Em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) ampliou a pena para 12 anos e um mês de prisão.