Depois de comprar e consolidar três empresas imobiliárias em 2008 e vender a participação em troca de ações no início deste ano, Bañuelos está negociando a compra de uma participação de 14% das ações da Brasil Ecodiesel, fatia que hoje pertence a quatro bancos (Bradesco, Fator, BMG e Fibra). A participação está avaliada em R$ 80 milhões e surgiu a partir de uma renegociação de dívidas no ano passado. A endividada empresa de biodiesel pagou parte de suas dívidas entregando ações aos bancos, e esse lote estaria sendo cobiçado pelo empresário.
 

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Enrique Bañuelos: em busca de desconto

 
Procurados, os bancos e a Brasil Ecodiesel não confirmam o negócio, mas um executivo que conhece o caso diz que os bancos estão bastante dispostos a vender. “O negócio só não saiu porque não se acertou o preço”, diz o executivo. Bañuelos estaria propondo uma compra com um deságio de 10% a 20% da cotação em bolsa da Brasil Ecodiesel, mas os vendedores exigiriam um prêmio de controle. A empresa é quase uma corporação, com capital bastante pulverizado, e quem comprasse os 14% dos bancos seria o maior acionista, mesmo sem ser controlador. 

 

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Destaque no pregão
 
É celular ou cartão de crédito?

O uso do cartão de crédito via celular ganha força no Brasil após a parceria entre Cielo, Banco do Brasil e Oi. Juntas, as companhias lançarão cartões de crédito e pré-pagos por meio de celulares. A expectativa das companhias é que sejam atraídos um milhão de novos clientes por ano a partir de 2012. Na semana passada, a Redecard também ampliou sua rede ao fechar uma parceria para aceitar mais de dois bilhões de cartões chineses. A acirrada disputa entre Cielo e Redecard vai reduzir os preços para consumidores e comerciantes.

 

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Palavra de analista

A parceria na NewCo, joint venture formada entre a  Cielo e a Oi, amplia a abrangência da adquirente entre os comerciantes, na visão do analista Alexandre Spada, da Itaú Securities. Por outro lado, Spada destaca em relatório que a parceria pode trazer receitas menores para a Cielo, caso o pagamento se popularize. Isso porque a Oi ficará com metade das receitas. O analista classifica o desempenho da Cielo em bolsa abaixo da média.

Santander

Ação abaixo das expectativas

Um ano após o IPO do Santander, a cotação das units ainda não reflete os fundamentos do banco, diz Marcos Adriano Zoni, diretor do Santander Acionistas, área criada para atender investidores. “O preço não está adequado, mas os sinais são bons”, diz Zoni. Desde a abertura de capital, em 7 de outubro de 2009, os papéis têm alta de 0,5% (até 29 de setembro). Se a base de comparação for 28 de abril, o primeiro dia após a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2010, este ganho salta para 18,7%.

 

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Educação financeira

“Descomplicando a economia do século XXI”, de Randy Charles Epping, procura explicar em linguagem simples os conceitos econômicos mais atuais, desde os gastos do governo às despesas da dona de casa. No livro está boa parte do jargão encontrado nas páginas econômicas dos jornais. 

 

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Quem vem lá

Lopes fará nova oferta de ações

A consultora de imóveis Lopes Brasil fará uma nova oferta de ações ON. Segundo prospecto preliminar, a empresa pretende emitir 4,9 milhões de novos papéis na oferta inicial. O número total de ações pode subir para 6,5 milhões caso sejam exercidas as opções de lotes adicional e suplementar. Com base no fechamento de 29 de setembro, o valor total da emissão poderá ser de R$ 198 milhões. O preço será definido em 20 de outubro, depois do período de coleta de intenções de investimentos (bookbuilding).

Fique de olho: 
os interessados podem fazer suas reservas entre 13 e 18 de outubro. 

 

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Touro x urso

Na última semana de setembro, o Ibovespa retomou o patamar dos 69 mil pontos e voltou a apresentar valorização no ano, de 1,23%. No mês, o índice fechou com ganho de 6,58%. O impulso veio do mercado externo. “Os investidores viram que a possibilidade de nova recessão nos EUA e a crise da dívida da Europa estão mais distantes”, afirma o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos. O ambiente doméstico foi marcado pelo retorno dos investidores estrangeiros e o fim do processo de capitalização da Petrobras. Entre os dados americanos mais esperados esta semana estão o crédito ao consumidor (7) e taxa de desemprego (8).

 

Maiores altas da semana

 

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Maiores baixas da semana

 

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As 10 mais negociadas do Ibovespa

 

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

 

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Termômetro do mercado

 

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Bolsa no mundo

 

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Construtoras

Even entre as 100 melhores

  

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Muszkat: liquidez vale dinheiro

 
A Even subiu um degrau na BM&FBovespa em setembro. A incorporadora passou a fazer parte do IBR-X, que lista as 100 companhias mais negociadas da bolsa brasileira. Para fazer parte desse índice, a Even aumentou a liquidez de suas ações com a emissão de novos papéis. A oferta foi realizada em maio e serviu para a captação de R$ 506 milhões. Com o capital levantado, o objetivo da empresa é crescer, em média, 35% ao ano até 2012, diz Dany Muszkat, diretor de relações com investidores da Even, que conversou com a DINHEIRO:

DINHEIRO – Após a inclusão no IBR-X, o próximo passo é ingressar no Ibovespa?

DANY MUSZKAT – 
Com o salto de liquidez nos últimos seis meses, a entrada no Ibovespa é possível. Quando fizemos a oferta subsequente, nosso objetivo era gerar recursos para aproveitar o bom momento do setor de construção e aumentar a liquidez das ações. O mercado paga um preço alto pela liquidez. Isso somado à entrega de bons resultados operacionais ao longo dos últimos cinco trimestres, é traduzido na valorização da ação. 

DINHEIRO – A empresa buscava fazer parte do índice?

MUSZKAT –
 O planejamento começou em abril deste ano e se encerrou com a conclusão da oferta de ações, que resultou no aumento de liquidez do papel. A média diária passou de R$ 3 milhões antes da operação para R$ 8 milhões depois da operação. Entrar no índice foi um processo natural. 

DINHEIRO – O lucro líquido da companhia subiu 191% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. É possível manter essa alta rentabilidade? 

MUSZKAT –
 O que podemos fazer é passar as diretrizes dos lançamentos. Estão programados lançamentos de R$ 1,5 bilhão em 2010, R$ 2 bilhões em 2011 e R$ 2,5 bilhões em 2012. Se alcançarmos os tetos dessas projeções, teríamos um crescimento médio anual de 35%.

DINHEIRO – Onde serão realizados os lançamentos? 

MUSZKAT –
 Dois terços do nosso banco de terrenos estão em São Paulo, com maior concentração na região metropolitana. O restante está dividido entre Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

DINHEIRO – A incorporadora pensa na expansão para outras regiões?

MUSZKAT –
 Nos concentraremos nestas quatro praças, onde temos espaço para atingir com conforto a projeção de lançamentos. É importante termos foco para atrairmos os melhores terrenos. Além disso, os gastos de despesas gerais ficam mais contidos na comparação com os concorrentes que estão em todos os Estados com apenas um ou dois empreendimentos. 

Com Márcio Kroehn e Juliana Schincariol