Por Manya Saini e Lananh Nguyen

BENGALURU, Índia (Reuters) – O Bank of America divulgou nesta sexta-feira resultado acima do esperado para o quarto trimestre, apoiado por aumento na receita com juros diante da alta das taxas pelo Federal Reserve ao longo do ano passado.

O ambiente de taxas “mais altas por mais tempo” para combater a maior inflação em décadas sustentou os lucros dos bancos de consumo, com analistas esperando que esses ganhos atinjam o pico em 2023 e ajudem a compensar fraqueza na área de banco de investimento, bem como maiores provisões para perdas com empréstimos.

A receita líquida de juros (NII) do Bank of America, que reflete quanto dinheiro o banco ganha com a cobrança de juros aos clientes, saltou 29%, para 14,7 bilhões de dólares no trimestre.

O lucro subiu 2%, para 6,9 bilhões de dólares, ou 0,85 dólar por papel. Os analistas, em média, estimavam lucro de 0,77 dólar por papel, segundo dados da Refinitiv IBES.

A receita do banco, líquida de despesas com juros, aumentou 11%, para 24,5 bilhões de dólares.

“O consumidor continua em boa forma”, disse o vice-presidente financeiro, Alastair Borthwick. “Há muita demanda reprimida”, especialmente para viagens, disse ele.

O lucro líquido da unidade de banco de varejo do BofA saltou 15%, para recorde de 3,6 bilhões de dólares no trimestre. Os gastos combinados com cartões de crédito e débito aumentaram 5%, para 11 bilhões de dólares.

Mas as comissões cobradas pelo banco de investimento do Bank of America caíram mais de 50%, para 1,1 bilhão de dólares no trimestre.

A provisão do banco para perdas com crédito foi de 1,1 bilhão de dólares, em comparação com uma liberação de reserva de 500 milhões no trimestre do ano anterior.

Borthwick disse que o banco continua a contratar, principalmente na gestão de fortunas, ao mesmo tempo em que permanece disciplinado em suas despesas. “Não temos planos para demissões em massa”, disse ele.

Isso contrasta com o Goldman Sachs, que começou a demitir mais de 3 mil funcionários esta semana.