Sem latrinas, mais de 15,5 milhões de pessoas se veem forçadas a fazer necessidades a céu aberto na América Latina e no Caribe — uma prática que pode poluir o meio ambiente e espalhar doenças, conforme alerta a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Pessoas com renda mais baixa, grupos em situação de vulnerabilidade, populações rurais e povos indígenas são os mais afetados pelo saneamento deficiente. O Brasil é um dos países onde mais ocorre essa prática. Para ajudar a sanar esse problema, a multinacional americana Kimberly-Clark, por meio de sua marca de papel higiênico e lenços umedecidos Neve, criou o projeto “Banheiros Mudam Vidas”, em 2016. Recentemente, a iniciativa ganhou aliados: a Sense-Lab e o Insituto Iguá. Juntas, as empresas criaram um programa de aceleração de soluções para saneamento básico no País. A ação contou com mais de 80 inscrições de projetos de empreendedorismo social. Dez estão passando por uma aceleração de cinco meses com mentores especializados e profissionais voluntários da Kimberly-Clark. São soluções desenvolvidas por empresas e ONGs como Sapiência Ambiental, Gota, Teto, Embrapa e Taboa Engenharia. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, cerca de 100 milhões de pessoas no Brasil não possuem coleta de esgoto, quase metade da população brasileira (47,64%). Dessas, 13 milhões são crianças e adolescentes, sendo que 3,1% delas não apresentam sequer um sanitário em casa.

(Nota publicada na Edição 1149 da revista Dinheiro)