O presidente do Banco Mundial, David Malpass, anunciou nesta segunda-feira (18) que prepara um pacote de ajuda de 170 bilhões de dólares em 15 meses para ajudar os países a enfrentar as muitas crises em andamento, incluindo a alimentar e humanitária provocada pela guerra na Ucrânia.

“Estamos preparando uma resposta contínua, tendo em conta as múltiplas crises” no mundo, declarou à imprensa, por ocasião do lançamento das reuniões de primavera.

Ele citou em particular a insegurança alimentar e a crise dos refugiados ligadas à guerra na Ucrânia. Milhões de pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, fugiram da Ucrânia para escapar dos ataques da Rússia.

“Nas próximas semanas, planejo discutir com nosso Conselho de Administração um novo pacote de cerca de 170 bilhões de dólares por 15 meses para cobrir o período de abril de 2022 a junho de 2023”, explicou.

Ele acrescentou que o objetivo é “comprometer cerca de US$ 50 bilhões nos próximos três meses”.

Este pacote é substancial, salientou, lembrando, a título de comparação, que o Conselho de Administração havia aprovado em 2020 a libertação de 157 bilhões de dólares para fazer face à crise provocada pela pandemia.

David Malpass também disse estar particularmente preocupado com o endividamento dos países pobres.

“Esperamos que a crise da dívida continue piorando em 2022”, afirmou, observando que esses países estão sob “grave estresse financeiro”.

No total, 60% dos países de baixa renda já estão em situação de superendividamento ou em alto risco de superendividamento.

Na semana passada, David Malpass pediu mais uma vez a melhoria da estrutura comum do G20 para a reestruturação da dívida.

Ele então sugeriu “o estabelecimento de um cronograma que permita ao comitê de credores suspender os pagamentos do serviço da dívida e juros de mora, ampliando a elegibilidade”.

Também recomendou o envolvimento de credores privados no início do processo de reestruturação.

No início da pandemia de covid-19, os países ricos do G20 ofereceram aos países pobres uma moratória nos pagamentos do serviço da dívida até o final de 2020, antes de estendê-la até o final de 2021.

Paralelamente a esta iniciativa de suspensão do serviço da dívida (DSSI), criaram, em novembro de 2020, um “quadro comum” destinado a reestruturar, ou mesmo anular, a dívida dos países que o solicitassem.

Mas, por enquanto, os credores privados, principalmente os chineses, demoram em sua implementação.

Um G20 será realizado na quarta-feira, onde esta questão deve ser abordada.