O Banco Fibra reduziu a expectativa de crescimento da economia este ano, de 1,8% para 1,4%, a despeito de os indicadores coincidentes já disponíveis sugerirem “nítida” recuperação da atividade em junho após a paralisação nas estradas no fim de maio. “Levando em conta nosso cenário para uma série de variáveis econômicas e financeiras para o terceiro e quarto trimestres, revisamos de 1,8% para 1,4% a expectativa de crescimento do PIB em 2018.” Para 2019, manteve a projeção de expansão em 2,5%, pois avalia que os riscos estejam bastante balanceados, mas dependentes, obviamente, do resultado eleitoral de outubro”, pondera.

O Fibra ressalta que os indicadores da indústria, do comércio e do setor de serviços de maio informados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram bastante afetados pela greve dos caminhoneiros, conforme o esperado. Contudo, os primeiros dados de junho mostram que a economia brasileira exibiu evidente retomada.

O banco cita que a expedição de papel ondulado (42%), o tráfego de veículos pesados nas estradas (47%) e a produção de veículos da Anfavea (38%) registraram crescimento considerável no sexto mês do ano em relação ao anterior. “Dentre muitos outros, mostraram recuperação não apenas da indústria, mas também do comércio varejista e em menor grau, é verdade, do setor de serviços”, pondera o Fibra que tem como economista-chefe Cristiano Oliveira.

Levando em conta essa percepção, o banco estima taxa zero para o PIB do segundo trimestre após elevação de 0,4% no período de janeiro a março deste ano. “Ou seja, crescimento nulo. No entanto, temos um leve viés de alta e não descartamos que à medida que mais indicadores sejam divulgados a revisão aponte para crescimento levemente positivo”, explica.

A despeito dessa percepção, a instituição chama a atenção para o quadro fiscal ruim do País. “Independentemente do resultado eleitoral, estamos bastante preocupados com o endereçamento da atual crise fiscal que foi enormemente agravada no governo anterior. Além disso, não parece haver consenso no meio político quanto à necessidade de reforma da Previdência que realmente corte privilégios e aumente consideravelmente a idade mínima para a aposentadoria, dentre outras medidas.”

Conforme o banco, a partir do registro oficial das candidaturas, as pesquisas eleitorais tendem a ser ainda mais monitoradas pelo mercado e a ter maior impacto nos preços dos ativos do mercado financeiro.