Aplicativo do cartão de crédito, do programa de fidelidade, da conta bancária, da corretora de investimentos… Se antes o problema para a digitalização do setor financeiro era o baixo número de smartphones no mercado, o desafio hoje é a falta de memória dos aparelhos para abrigar tantos apps. Mas até isso é uma oportunidade de negócio. É com lupa sobre esses consumidores que o Digio (a empresa utiliza inicial minúscula), banco digital que tem Bradesco e Banco do Brasil como sócios, quer expandir sua atual base de 1,6 milhão de clientes, 300 mil contas e R$ 2,3 bilhões em ativos. No embalo da pandemia, fase em que os clientes fogem de agências físicas como o cão foge da cruz, todos os serviços oferecidos pela fintech serão unificados em uma única plataforma 100% digital. Os cartões de crédito, a solicitação de empréstimos, pagamentos via NFC e saques com QR Code, por exemplo, estarão num mesmo lugar. Com uma novidade: a partir do segundo semestre, no mesmo app funcionará também uma corretora digital de investimentos, o Digio Invest, com portfólio do BB e da Ágora Investimentos, braço do Bradesco, além de opções independentes. “A proposta é acabar com a necessidade de o cliente sair apagando apps para livrar espaço na memória. Vamos oferecer um pacote completo de serviços com experiência de uso superior ao que existe no mercado”, afirma o CEO Carlos Giovane Neves. A ideia faz todo o sentido. Nos últimos meses, o pagamento do Auxílio Emergencial empurrou 30 milhões de desbancarizados para dentro do sistema financeiro. Isso também ajudou o Digio a aumentar em 20% a emissão de cartões de crédito, entre outros serviços. “Com a solidez de dois bancos gigantes e a agilidade de uma fintech, nos tornamos uma ‘bantech’ que fará diferença na corrida. Assim como no turfe, quem aposta em mais cavalos tem mais chance de vencer.”

(Nota publicada na edição 1179 da Revista Dinheiro)