O governo americano acrescentou, nesta sexta-feira (1o), um banco cubano a sua lista de entidades sob sanção, alegando que “beneficia desproporcionalmente” os militares da ilha e ajuda a financiar a “ingerência” de Havana na Venezuela.

Em um comunicado, o Departamento de Estado americano anunciou a inclusão do Banco Financeiro Internacional S.A. (BFI) a sua Lista Restrita de Cuba, que proíbe, em geral, as transações financeiras diretas com as entidades listadas.

+ Cubanos chegam com susto a 2021 em meio à ampla reforma econômica
+ Cubanos encontram maneiras de contornar fechamento da Western Union

“O BFI é um banco comercial controlado pelos militares cubanos que se beneficia diretamente das transações financeiras às custas do povo cubano”, ao mesmo tempo que dá “acesso preferencial” a empresas militares e estatais, disse o secretário de Estado americano Michael Pompeo, em nota.

O chanceler cubano Bruno Rodríguez reagiu no Twitter: a “nova medida punitiva do Departamento de Estado (…) visa reforçar um cerco econômico que não conseguiu destruir a Revolução cubana em 62 anos”.

Essa medida ocorre em meio a especulações recentes de que o governo do presidente Donald Trump, em seus últimos dias à frente da Casa Branca, está considerando a possibilidade de redesignar a ilha como um Estado patrocinador do terrorismo.

Se isso acontecer, Cuba sofrerá obstáculos significativos ao investimento estrangeiro e poderá dificultar a diplomacia com o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.

De acordo com o The New York Times, o Departamento de Estado já preparou uma proposta para essa iniciativa, mas não está claro se Pompeo a aprovaria.

Um porta-voz do Departamento de Estado se recusou a comentar sobre “possíveis deliberações sobre a designação” de Cuba.

Esta especulação já provocou há poucos dias uma reação do chanceler cubano, que reiterou uma frequente reclamação de que são os Estados Unidos que abrigam “grupos terroristas que atuam contra Cuba”.

Esta posição é rejeitada pelos ativistas anticomunistas cubano-americanos.

O dia 3 de janeiro marcará o 60º aniversário da ruptura das relações entre os Estados Unidos e a ilha após a revolução.

As tensões finalmente diminuíram com o presidente dos EUA, Barack Obama, que estabeleceu relações diplomáticas e retirou Cuba da lista de terroristas em 2015.

Biden, que foi vice-presidente de Obama, apenas delineou a política que imagina com Cuba, mas indicou que voltaria a relaxar algumas restrições enquanto continuava a levantar questões de direitos humanos.