O Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 13,75% ao ano, colocando fim aos seguidos aumentos que vinham desde março de 2021.  

A decisão foi comunicada nesta quarta-feira (21) com o fim da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e encerrou uma sequência de 12 altas consecutivas.  

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“O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024”, apontou o comunicado. 

Em uma nota da reunião do mês de agosto, o órgão informou que elevaria a taxa em 0,25%. O mercado, porém, estava com a expectativa de que a taxa não se alterasse por conta da queda na inflação em julho e agosto, que apresentaram deflação de 0,68% e 0,36% respectivamente. 

“A inflação teve 2 meses de desaceleração, mas não é suficiente para garantir o controle do processo inflacionário. Como um grande incêndio que acabou de ser apagado é preciso um período de rescaldo para esfriar os escombros”, disse o doutor em economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e CEO da VG Research, Vicente Guimarães. 

O economista afirmou ainda que o mercado projeta uma queda lenta da Selic para 11% em 2023 e 7% em 2025, mas que tudo isso depende de fatores internos e externos. 

Eleição não deve mudar o cenário

Faltando 11 dias para a eleição presidencial, o Brasil vive uma expectativa da disputa terminar no primeiro ou no segundo turno. Guimarães, entretanto, analisa que as expectativas do mercado já “precificam” essa variável e que o resultado não deve alterar muito esses números.