O Banco Central da China reduziu nesta segunda-feira (22) uma taxa de juros sobre empréstimos para estimular a economia, afetada pela rígida política anticovid e uma queda no mercado imobiliário.

A segunda maior economia do planeta registrou um avanço nos números depois que flexibilizou as restrições pela pandemia em junho, mas a opinião dos consumidores e das empresas permanece abaixo do habitual.

A taxa básica de juros para empréstimos a um ano, referência para empréstimos a empresas, foi reduzida de 3,7% para 3,65%, informou o Banco Popular da China (PBOC) em um comunicado.

Ao mesmo tempo, a taxa básica para empréstimos a cinco anos, usada para definir hipotecas, foi reduzida de 4,45% para 4,3%.

Os analistas anteciparam os cortes na taxa básica de juros, mas alertaram que a medida pode ser insuficiente para a recuperação do setor imobiliário, que segundo vários cálculos representa 25% do PIB chinês.

“O corte da taxa a cinco anos sugere que o PBOC está preocupado com os problemas do mercado imobiliário”, destacou a Capital Economics em um comunicado.

“Os compradores de imóveis com hipotecas, no entanto, terão que esperar até o início do próximo ano para que a mudança os beneficie”, acrescenta a nota.

O mercado imobiliário da China foi abalado por compradores frustrados em dezenas de cidades que boicotaram os pagamentos de hipotecas, enquanto as empresas do setor, sem recursos, tentavam completar as unidades já vendidas.

“A maioria das hipotecas está vinculada a esta taxa básica (a cinco anos). Este corte obviamente reduzirá a carga dos mutuários”, disse Iris Pang, economista-chefe para a China do ING.

O crescimento econômico chinês foi de 0,4% em ritmo anual no segundo trimestre, o menor desde o início da pandemia em 2020.