O Comitê de Política Monetrária (Copom) do Banco Central voltou a cortar nesta quarta-feira sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, um novo mínimo histórico de 2,25%, para enfrentar a queda da atividade econômica provocada pela crise do coronavírus.

“A conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado”, afirmou o Copom.

O corte, similar ao decidido em maio, é o oitavo consecutivo e foi convergente com a expectativa da maioria dos analistas.

O Comitê, que adotou sua decisão por unanimidade pelos oito membros presentes, também abriu caminho para um novo corte na taxa Selic, embora de menor magnitude, em sua próxima reunião do Conselho, prevista para o dia 5 de agosto.

Segundo André Perfeito, da consultoria Necton, esse corte será de 0,25 ponto percentual, a 2%, na medida em que “as condições gerais da economia [brasileira] provavelmente continuarão muito ruins”.

O corte nas taxas de juros é uma ferramenta usada pela autoridade monetária para incentivar o investimento e o consumo, quando a inflação está sob controle.

Parece ser esse o caso, porque o Copom expressa em sua declaração uma preocupação com uma trajetória de inflação abaixo das expectativas, após dois meses de queda de preços e uma expectativa de mercado de aumento de 1,6% no IPC para este ano, bem abaixo do centro da meta oficial de 4% e do piso de 2,5%.

Segundo o documento, esse risco se intensificará caso a pandemia continue, causando aumentos na incerteza e nas poupanças, com uma consequente redução na demanda por bens e serviços.

As projeções indicam que, em 2020, o Brasil sofrerá a pior contração do PIB de sua história, cerca de 8%, de acordo com o Banco Mundial.