A inflação nos Estados Unidos no acumulado de 12 meses desacelerou de 6%, em fevereiro, para 5% em março, segundo dados divulgados na quarta-feira pelo Departamento do Trabalho norte-americano. Na comparação mensal, houve alta de 0,1% em março ante fevereiro. O resultado ficou abaixo da mediana de analistas consultados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) – de alta de 0,2%.

Apenas o chamado núcleo do CPI, que exclui preços mais voláteis como de alimentos e energia, avançou 0,4% na comparação mensal em março, vindo em linha com o consenso do mercado.

Entre os componentes do índice, o da habitação teve a maior contribuição para a inflação no mês, com alta de 0,6%, ante fevereiro, e de 8,2% na comparação com março de 2022. Segundo o Departamento de Trabalho, isso acabou anulando o efeito do declínio no índice de energia (3,5% no mês e 6,4% na comparação anual).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o resultado registrado no mês passado mostra “progresso continuado na nossa luta contra a inflação”.

Em comunicado, ele ressaltou o fato de que o índice em 12 meses está no melhor patamar desde maio de 2021 no país.

O presidente norte-americano afirmou que continua a luta do governo para reduzir custos às famílias, e ainda rejeitou propostas de republicanos no Congresso para reduzir impostos para as maiores empresas.

Dólar abaixo de R$ 5

O mercado de dólar refletiu o resultado da inflação em março a partir da avaliação de que a desaceleração dos preços pode mudar a trajetória de alta dos juros nos Estados Unidos.

Nesse contexto, o real apresentou o melhor desempenho entre divisas de países emergentes e exportadores de commodities: o dólar fechou o dia em queda de 1,31%, cotado a R$ 4,94 – menor valor de fechamento desde 9 de junho passado.

“O grande fator para a queda do dólar é certamente a mudança da perspectiva para a política monetária americana. A projeção para os FedFunds no fim do ano caiu recentemente de 5,60% para 4,38%. Isso teve grande impacto no valor do dólar frente a divisas emergentes”, afirmou o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira. “O resultado aumentou as apostas de que o Fed (o banco central americano) pode ser menos duro na alta de juros, o que foi positivo para moedas emergentes”, completou a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Outro fator que ajudou a reduzir a cotação do dólar foi a alta do preço das commodities, diante de sinais positivos da economia chinesa. Isso abre a perspectiva para maior entrada de recursos no País.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.