Sabemos que as bactérias se proliferam bem em matéria orgânica, como partes caídas de plantas e animais mortos, mas os micróbios descobertos pelos cientistas surpreendem por crescer melhor e mais rápido nos restos de sacos plásticos jogados em corpos d’água.

A poluição de plástico cresceu tanto nas últimas décadas que nós agora temos mais plástico do que peixe nos oceanos. Um estudo revela ainda que os resíduos plásticos estão afetando a qualidade da água em lagos de água doce, que fornecem uma porção significativa da água que bebemos.

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Através dessa poluição, microplásticos tóxicos estão penetrando na comida e na água que consumimos. Assim, a busca por soluções para esse problema se torna urgente.

Os pesquisadores de Cambrige afirmam que essa bactéria comedora de plástico teria o poder de eliminar a poluição em corpos d’água de maneira natural: tudo que precisamos fazer é introduzi-la em ambientes aquáticos preenchidos com plástico.

Os altos níveis da poluição com plástico em rios, lagos e oceanos possivelmente estão trazendo uma drástica mudança nos hábitos alimentares de alguns micróbios. Os pesquisadores acreditam que talvez a bactéria tenha maior facilidade em quebrar o plástico em busca de comida ao invés de devorar outros complexos de matéria orgânica nos lagos.

Isso pode ser a razão pela qual essas bactérias demonstram um crescimento mais veloz ao se alimentar de plástico do que de resíduos naturais.

No estudo, os pesquisadores também observaram que, ainda que as bactérias tenham a opção de se alimentar de matéria natural (como folhas) nos lagos, elas preferiram comer os compostos de carbono derivados da quebra de resíduos plásticos.

As estatísticas no estudo confirmam isso: um aumento de 4% nos níveis de carbono do lago (causado pela grande quantidade de resíduo plástico) levou a um aumento de 200% na população da bactéria. Além disso, as bactérias que consumiam plástico de maneira regular se tornaram fortes o suficiente para quebrar outros tipos de matéria orgânica complexa.

Eles também observaram que as mudanças nos padrões comportamentais de alimentação foram mais proeminentes em lagos com uma maior diversidade de espécies de bactérias.