A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, disse neste sábado (28) que sua visita à China não foi “uma investigação” e que suas reuniões na região de Xinjiang, onde Pequim é acusada de reprimir minorias, não foram supervisionadas pelo autoridades.

Bachelet também assegurou, em entrevista coletiva, que ouviu aqueles que a recriminaram por sua falta de crítica ao governo chinês e assegurou que falou “francamente” com os líderes comunistas.

Pequim é acusada de manter um milhão de uigures e outras pessoas de minorias muçulmanas em centros de detenção em Xinjiang (noroeste), esterilizar mulheres e forçar esses cidadãos a realizar trabalhos forçados.

A ex-presidente chilena de 70 anos chegou a Xinjiang na terça-feira, a primeira visita de um alto funcionário de direitos humanos da ONU em 17 anos. Seus colaboradores afirmaram que ela iria visitar as cidades de Urumqi, capital regional, e Kashgar.

Ao final de sua visita, em entrevista coletiva telemática, Bachelet exortou a China a evitar “medidas arbitrárias” na campanha “antiterrorista” que as autoridades promovem na região de Xinjiang (noroeste).

A responsável assegurou que as autoridades desta região chinesa garantiram o “desmantelamento” da rede de “centros de formação profissional”, que as organizações humanitárias qualificam como campos de reeducação forçada.

Bachelet também explicou que levantou a questão da separação da família uigur durante suas reuniões com as autoridades de Xinjiang.

“Estamos cientes do número de pessoas que procuram notícias de seus entes queridos. Esta e outras questões foram levantadas com as autoridades”, disse.

Os Estados Unidos e parlamentos de outros países ocidentais denunciaram um “genocídio”, acusações negadas com veemência pela China, que garante que trata-se de centros de formação profissional para manter a população afastada do separatismo e do islamismo extremo.