Cauan Araújo Conceição, 3, morreu depois de passar um ano com um prego no pulmão. Os pais do garoto alegaram que o levaram diversas vezes para um hospital. Então eles resolveram custear um exame de raio-X, que descobriu o objeto no corpo do menino. O caso ocorreu em Canavieiras (BA). As informações são do G1.

A mãe do menino, Clarice Araújo, e o pai, Cosme Conceição, perceberam em junho de 2020 que o menino havia engolido um objeto, mas, no momento, não conseguiram identificar o que foi.

Nesse momento, o pai levou Cauan para o Hospital Municipal de Canavieiras. “Naquela noite, eu senti que ele estava engasgado, saiu até sangue da boquinha dele. Aí, imediatamente, eu levei para o hospital, na mesma noite. Chegando lá no hospital, o médico olhou e falou que não tinha nada na garganta da criança. Aí a gente voltou”, relatou.

Com o agravamento dos sintomas, o menino foi levado outras diversas vezes para o hospital. “Ele ficava sentindo febre e tossindo demais. De um tempo para cá, a dor foi começando a chegar. Uma dor do lado direito dele, que ele ficava andando torto, de lado. A gente sempre levando no hospital, e ele só davam medicamento. Aí quando o efeito do medicamento passava, a dor e a febre continuavam vindo”, disse Clarice.

No dia 27 de junho deste ano, foi a penúltima vez que Cauan deu entrada na unidade de saúde. Como a médica informou que o menino estava com sintomas de asma e, mais uma vez, não teria solicitado exame. Ela apenas receitou algumas medicações, passou nebulização e liberou o menino.

De novo, os sintomas de Cauan pioraram e os pais decidiram pagar por um exame de raio-X particular, que constatou o prego no pulmão. Depois, a família retornou para o hospital. “Aí chegou lá, deram medicamento a ele e mandou ficar na espera de alguma regulação para ser transferido. Aí ele foi transferido para Salvador”, disse Clarice.

Quando chegou ao Hospital Geral do Estado (HGE), Cauan foi submetido a uma cirurgia para a retirada do prego. Como o objeto havia perfurado o pulmão, o menino teve de ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas, dois dias depois, ele não resistiu.

Agora, os pais acusam os médicos e o Hospital Municipal de Canavieiras de terem negligenciado os atendimentos. “Nunca me deram o pedido para eu correr atrás. Mesmo que eles não pudessem fazer no hospital, me davam pelo menos o pedido para eu cuidar de meu filho em uma clínica particular. Sempre só medicamento, nunca teve solicitação de exame nenhum”, desabafou Clarice.

No dia 27, a Secretaria de Saúde de Canavieiras informou por meio de nota que foram solicitados exames para Cauan. Ressaltou que uma consulta com uma pediatra havia sido marcada para o dia 28, mas a médica adoeceu.

O comunicado ainda ressaltou que a família não procurou atendimento médico antes dessa data. Porém os pais de Cauan possuem papéis que comprovam que eles estiveram no hospital antes.

A secretaria também informou que o caso continua sendo investigado pela polícia.