A nova subvariante da Ômicron, BA.2, é quase tão infeciosa como o sarampo, uma das doenças mais contagiosas da história humana, alertou o especialista Adrian Esterman, ex-epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS), em declarações ao jornal ABC News, ainda ressaltou que, embora a nova subvariante não seja mais grave que a Ômicron original, é mais transmissível, o que “significa que veremos os números de casos a disparar”.

“A Ômicron BA.2 é cerca de 1,4 vezes mais infecciosa do que a BA.1. O número de reprodução básico (R0) para a BA.1 é cerca de 8,2, na BA.2 é cerca de 12, o que a torna muito próxima do sarampo, a doença mais contagiosa que conhecemos”, alertou o responsável.

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Sobre esta questão, Soumya Swaminathan, cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que as variantes são sempre um motivo de preocupação, uma vez que já se provou que “podem acontecer eventos recombinantes em humanos ou animais, com múltiplas mutações do SARSCoV2″.

“Mas temos de aguardar pelos testes, para determinar as propriedades deste vírus”, afirmou a responsável destacando a “importância do sequenciamento, análise e compartilhamento de dados ao lidarmos com esta pandemia.”

Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública de Portugal, afirma que “tem sido a subvariante da Ômicron a principal causa das infecções em Lisboa, que tem levado ao aumento de casos e por isso é preciso perceber se vamos conseguir estabilizar este aumento, ou se, pelo contrário, a BA.2 veio mesmo para nos preocupar”, indicou.

Henrique Oliveira, pesquisador do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, corroborou estas posições. “A única coisa que podia evitar o alívio das medidas era o surgimento de uma nova variante”, o que aconteceu com a BA.2, que “tem agora uma alta taxa de reinfecção e se propaga ainda mais do que a variante original da Ômicron”.