O presidente da Azul, John Rodgerson, anunciou nesta segunda-feira que a companhia começará a operar no dia 29 de agosto a ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), com tarifas iniciais de R$ 99 por trecho. Em setembro, a Azul será a única empresa a voar nessa rota, mesmo com a pista principal do Santos Dumont fechada para reforma, já que seus E-Jets estão habilitados para pousar na pista auxiliar do terminal.

Serão 34 slots – 15 herdados da Avianca Brasil e 19 realocados de voos de Porto Alegre e Curitiba -, o equivalente a 17 voos por dia, um a cada 50 minutos. A partir de outubro, a ideia da empresa é operar a rota com os A320Neo.

Em conferência para anunciar a entrada da empresa na ponte aérea, Rodgerson destacou a intenção da Azul de aumentar sua participação em Congonhas. De acordo com ele, ainda não há uma definição da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre a certificação das companhias MAP e Passaredo, que também ficaram com slots da Avianca Brasil, para operarem no aeroporto paulistano. Novamente, a companhia insistiu na tese de que os ATRs de MAP e Passaredo não deveriam ser utilizados na pista principal de Congonhas. “O melhor uso desses ativos é na pista auxiliar”, afirmou o presidente da Azul.

Como o aeroporto de Congonhas é congestionado, criou-se uma exigência de velocidade mínima de aproximação final (120 nós) para as aeronaves que operarem no terminal nos horários de pico de movimentação, entre 7h e 9h e 18h e 21h. No mercado, existe uma dúvida sobre se os ATRs poderiam atingir esse requisito operacional. A Anac deve receber os documentos técnicos da MAP e Passaredo que comprovam o cumprimento dessas exigências, para que as empresas possam manter seus slots herdados da Avianca Brasil (14 para a Passaredo e 12 para a MAP).

O executivo disse ainda não ter “medo” de MAP e Passaredo em Congonhas, e avaliou que a entrada dessas empresas será benéfica ao consumidor. “Mas queremos que operem na pista auxiliar”, ponderou.

Mais cedo, o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mostrou que a Anac recebeu um estudo da própria fabricante ATR avaliando os impactos ao fluxo aéreo caso elas sejam autorizadas a utilizar a pista principal de Congonhas. Segundo fontes, a conclusão da fabricante é de que não haveria prejuízo: embora os ATRs demorem nove segundos a mais na aproximação final se comparados aos jatos maiores, após o pouso eles “ganham” de 10 a 20 segundos, por conseguirem sair da pista de Congonhas mais rapidamente.