O Azerbaijão informou neste domingo que quatro militares faleceram em incidentes recentes com tropas da Armênia na região disputada de Nagorno Karabakh, apesar do cessar-fogo estabelecido em novembro, enquanto Yerevan acusa Baku de ter violado a trégua.

Em um comunicado, o ministério da Defesa azerbaijano afirma que grupos armados armênios se negaram a abandonar as zonas de florestas do nordeste do município de Hadrut, em violação ao estabelecido pelo cessar-fogo, e que realizaram “provocações terroristas e táticas diversionistas.

Baku afirma que em dois incidentes, registrados em 26 de novembro e 8 de dezembro, quatro militares morreram e três ficaram feridos.

O pacto, que entrou em vigor em 10 de novembro, após seis semanas de combates, que deixaram mais de 5.000 mortos, confirmou a derrota das forças armênia e representou importantes conquistas territoriais para Baku.

Durante as seis semanas de combates, Baku não anunciou baixas militares e esperou o fim do conflito para revelar um balanço.

Algumas horas antes do anúncio azerbaijano, a Armênia afirmou que seis militares morreram do país ficaram feridos no sábado em Nagorno Karabakh, durante uma violação do cessar-fogo.

Em um comunicado, o ministério armênio da Defesa acusou o Azerbaijão de ter executado um ataque contra duas localidades com “veículos blindados e artilharia pesada”.

“Após os combates, que demoraram várias horas, o inimigo conseguiu entrar na localidade de Jin Tajer e se aproximou de Jtsaberd”, afirma a nota.

No sábado, o exército azerbaijano negou ter executado um ataque e afirmou que respondeu a “provocações” armênias, adotando as “medidas de retaliação adequadas”.

As duas localidades ficam no distrito de Hadrut e estão próximas da nova linha de demarcação que separa os dois lados ao sul de Nagorno Karabakh, segundo o acordo de cessar-fogo.

Em um comunicado, a diplomacia armênia acusou Baku de persistir com as “provocações” em Hadrut no domingo.

O exército da Rússia, que enviou forças de paz à região, confirmou no sábado “um caso de violação do cessar-fogo” na sexta-feira 11 de dezembro, mas não aponta um responsável.

Esta foi a primeira violação do tipo confirmada por Moscou desde o início do cessar-fogo.

Durante uma reunião celebrada no sábado em Baku com os representantes francês e americano do Grupo de Minsk, o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, se declarou “preocupado” com as notícias de novos combates, mas prometeu derrotar as forças armênias em caso de retomada dos confrontos.