O Brasil registrou 43,3 milhões de desembarques de voos entre janeiro e agosto deste ano. Trata-se de um recorde na série histórica, segundo o Ministério do Turismo. Por tabela, o número de veículos locados por turistas no País também decolou e cresce sem parar desde 2002. Naquele ano foram 72,9 mil unidades alugadas, enquanto em 2009 o número saltou para 154,8 mil, conforme informações da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla). Esses dados explicam por que a Avis, uma das maiores companhias de locação de veículos do mundo, selou na semana passada um acordo global com a CVC, uma das principais operadoras de viagens do Brasil. 

 

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Santos, da Avis: ”Compramos 800 carros para atender a esse acordo”

 

Com a parceria, as 540 lojas e oito mil agências credenciadas da operadora podem locar os carros da Avis. Válido por dois anos, com possibilidade de renovação, o acordo permite retirar veículos em roteiros nos Estados Unidos, no Canadá e nos países da América do Sul e da Europa. 

 

A vantagem para o consumidor é a comodidade, parcelamento em até dez vezes sem juros e um desconto – a diária custa R$ 89,90 para um carro popular, uma redução de 25% em relação à tarifa convencional. Nesse valor, estão incluídos mimos como GPS e quilometragem livre. 

 

A locação de carros da Avis pode ser feita na rede de lojas da CVC, mesmo que o consumidor não adquira um pacote turístico. O objetivo da empresa de viagens é ampliar a oferta de serviços. Para a Avis, trata-se de um caminho para turbinar suas receitas. “Queremos elevar a participação das locações de turismo em nosso faturamento para 50% nos próximos três anos. 

 

Hoje, essa parcela está em 15%”, afirma Afonso Celso de Barros Santos, presidente da Avis. A companhia faturou R$ 500 milhões em 2009 e projeta expansão de 15% em 2010. A maior parte desse bolo vem do setor corporativo. “Compramos 800 veículos em função do projeto com a CVC, o que exigiu um investimento de R$ 35 milhões.” 

 

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Ainda é cedo para dizer se esse modelo de parceria vai se disseminar pelo País. Mas uma coisa é certa: o setor de locação vive um bom momento, o que estimula ações do gênero. Depois de faturar R$ 4,37 bilhões em 2009 (9,5% acima de 2008), a estimativa é alcançar R$ 5 bilhões em 2010. As locações de negócios representam 26% desse bolo, enquanto as de lazer correspondem a 22%. 

 

“O Brasil está na moda. É normal que as multinacionais estendam seus contratos para o País”, afirma Paulo Gaba Jr, presidente do conselho da Abla. “Esse movimento se reflete no turismo. Faz todo sentido o acordo firmado entre a Avis e a CVC.”