De todos os setores afetados pela pandemia do coronavírus, um dos mais atingidos é o da aviação. Segundo relatório da Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), os prejuízos que a Covid-19 causará à aviação comercial de passageiros pode ficar em torno de US$ 113 bilhões (mais de R$ 640 bilhões), apenas este ano. Pelo mesmo estudo, no mais otimista dos cenários esse rombo seria de US$ 63 bilhões (R$ 360 bilhões). Estimativas à parte, o fato é que os danos provocados pela pandemia ao segmento já são sentidos em todo o mundo, impactando as maiores companhias. Das globais Air France, British e Emirates às nacionais Gol e Azul, todas estão sendo obrigadas a tomar atitudes muitas vezes drásticas. Há uma semana, a Avianca entrou com pedido de recuperação judicial, afirmando não ter forças para suportar os efeitos atual crise. A Latam, por sua vez, acaba de demitir 1,4 mil funcionários, enquanto a Emirates anunciou que planeja grande redução na equipe. E a IAG, controladora da British Airways e da Iberia, anunciou que teve queda de 13% na receita no primeiro trimestre de 2020 e alertou que as perdas no segundo trimestre serão “significativamente piores”. Ao que tudo indica, nem tão cedo o setor voltará a voar em céu de brigadeiro.

Pouso forçado

 

Como a covid-19 já impactou as maiores companhias do setor.

Startup de entregas registra alta de 430%

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A pandemia impede as pessoas de irem às lojas, mas não impede os estabelecimentos de irem ao consumidor. Os números da startup de entregas colaborativas EuEntrego.com mostram bem essa realidade. Em comparação à primeira semana de quarentena no Brasil, a empresa registrou impressionante alta de 430% no seu volume de pedidos, num levantamento feito com 120 mil entregadores. Supermercados, petshops e eletrodomésticos foram os setores de maior destaque. No conceito de entregas colaborativas, o serviço é realizado por autônomos, não por grandes empresas de delivery.

Ferramenta ajuda varejistas a recuperar R$ 2,6 milhões em vendas em abril

A plataforma de gestão financeira F360° desenvolveu uma interessante ferramenta de ajuda aos varejistas nesses dias de pandemia. Com o isolamento social causado pelo coronavírus, as compras por delivery cresceram em todo o País, levando as empresas do setor a aumentar os cuidados com as transações efetuadas por cartão de crédito. Ocorre que, com o aumento da demanda, algumas operações com cartão de crédito acabam não sendo concluídas e o pagamento não é realizado, causando prejuízos ao vendedor. Devido ao alto número de transações, algumas simplesmente se perdem. Para combater esse problema, a F360° criou o que chama de Recuperômetro, que auxilia na conciliação automática de vendas por cartão para o pequeno e o médio varejistas. Segundo dados da companhia, apenas no mês de abril as empresas do setor que utilizaram sua ferramenta resgataram R$ 2,6 milhões nesse tipo de venda, superando em mais de 45% o resultado de março, de R$ 1,8 milhão. Em todo o ano de 2020, já foram resgatados pouco mais de R$ 6 milhões.

Gestora lança camada de proteção para renda variável

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Primeira gestora de investimentos digital fundada no Brasil, a Magnetis criou um mecanismo de proteção para renda variável, com objetivo de proteger os investimentos dos clientes no atual cenário de crise. Com algoritmos que apontam as melhores carteiras e um time de consultores, a empresa já montou 300 mil planos de investimentos e tem mais de R$ 400 milhões sob gestão. Todas as carteiras de investimentos que incluem ações brasileiras e internacionais foram atualizadas com um percentual alocado em opções de venda. As opções são contratos que negociam o direito de compra e venda de ativos com preços e prazo pré-fixados e funcionam como um instrumento de defesa para operações financeiras num cenário de alta volatilidade. Vencedora do prêmio Fintech Awards Latam, em 2017, a Magnetis é parceira da Julius Baer Family Office, subsidiária do grupo suíço Julius Baer e maior gestora independente de patrimônio de alta renda no Brasil, e da Easynvest, maior plataforma independente de investimentos do País.

Lucro da Marfrig tem alta de 643%

A Marfrig divulgou resultado que animou o mercado e todo o setor de alimentos. No primeiro trimestre, a companhia obteve lucro líquido ajustado de R$ 32 milhões, o que indica crescimento de 643% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o lucro foi de R$ 4,3 milhões. O Ebitda também evoluiu, com alta de 114% e chegando a R$ 1,2 bilhão. Em comunicado, a empresa divulgou que o balanço “foi fortemente impactado pelas despesas de variação cambial, de R$ 632 milhões. Todavia, foi positivo, quando ajustado das despesas não recorrentes de R$ 169 milhões”. Sob o ponto de vista operacional, a Marfrig reportou um desempenho recorde. De janeiro a março deste ano, a companhia teve receita líquida de R$ 13,5 bilhões, alta de quase 34% em relação a 2019. Para analistas do Credit Suisse, os números “foram de saltar os olhos”. Já os especialistas da XP consideraram os resultados “fortes”.